Se você acompanha o mercado financeiro, possivelmente já tenha ouvido falar sobre investimentos que utilizam alavancagem. Mas afinal, o que isso significa? Será que vale a pena operar alavancado?
É sobre isso que falaremos neste artigo. Continue a leitura e saiba mais sobre a alavancagem financeira e quais os seus efeitos no mundo dos investimentos!
Afinal, o que é alavancagem financeira?
Para entender o que isso significa, pense na alavanca, aquele equipamento utilizado para potencializar a força sobre um outro objeto. Uma pequena força que você aplique a uma alavanca exerce um efeito muito maior do que o seu esforço sobre o item que você deseja movimentar.
É exatamente esse o papel da alavancagem nos investimentos. Em outras palavras, operar alavancado significa movimentar volumes financeiros maiores do que se tem disponível. Com uma pequena quantia, é possível ampliar os ganhos de um investimento, assim como as perdas também podem ser bem maiores.
Mas será que vale a pena operar alavancado?
Quando se está buscando ganhos mais expressivos, a alavancagem pode ser uma estratégia interessante. Como vimos, ela permite que o investidor ganhe mais do que se aplicasse somente o capital que possui disponível.
No entanto, assim como essa estratégia pode possibilitar excelentes resultados, também poderão ocorrer perdas expressivas. Dependendo do grau de alavancagem, essas perdas podem superar muitas vezes o valor do investimento, o que pode gerar sérios prejuízos para quem utiliza essa técnica. Por isso, operar alavancado exige muito conhecimento e experiência em relação ao mercado financeiro.
Como funciona a alavancagem financeira?
Para entender como a alavancagem funciona na prática, é preciso conhecer o conceito de margem de garantia.
Quando um investidor decide operar alavancado, ele precisa fazer um depósito na instituição financeira chamado de margem de garantia. Com o próprio nome sugere, essa margem serve para cobrir possíveis prejuízos dessas operações, e corresponde a um percentual do ativo negociado.
O investidor pode tanto depositar o valor da margem de garantia em dinheiro quanto destinar aplicações financeiras para a sua formação. Nesse caso, CDBs, Tesouro Direto e outras aplicações podem compor a margem de garantia. A vantagem disso é não ser necessário sacar os recursos, que continuam rendendo juros mesmo estando em garantia.
Quais os tipos de alavancagem?
O investidor pode operar alavancado em diferentes mercados. Os tipos mais utilizados de alavancagem são os seguintes:
Alavancagem no day trade
Aqui no Yubb, nós já falamos bastante nas operações day trade, nas quais o investidor busca ganhar no curtíssimo prazo. Saiba mais no artigo abaixo.
Veja um exemplo simples de alavancagem nesse mercado:
– Na abertura do mercado, o trader utiliza R$ 5 mil do cheque especial e compra ações com esse valor.
– Digamos que, no final do dia, essas ações tenham valorizado 20%. Para lucrar com a operação, o trader vende os títulos antes do fechamento do pregão, e obtém um lucro de R$ 1.000.
– Nesse mesmo dia, antes de terminar o horário bancário, o trader cobre os R$ 5 mil que utilizou do cheque especial. Dessa forma, não paga juros sobre o valor utilizado, e continua com o lucro de R$ 1.000 na operação. Ou seja, ele conseguiu comprar ações sem utilizar dinheiro próprio e lucrar com isso.
Alavancagem no swing trade
Nesse caso, a diferença é que a compra e a venda do ativo acontecem em dias diferentes.
Um clássico exemplo de alavancagem no swing trade é o aluguel de ações ou fundos imobiliários (FIIs). A seguir, veja como isso funciona.
Quando o investidor acredita na queda de uma ação ou FII, ele pode alugar esses ativos. Para isso, ele procura quem tenha o ativo e o aluga por um determinado período. Antes que ocorra a queda do preço caia, ele vende o título, ainda na alta.
Se, de fato, o título se desvalorizar conforme o esperado, o investidor recompra o ativo (agora por um valor mais baixo) e o devolve para o dono. Dessa forma, ele consegue lucrar com a diferença de preço entre a venda (na alta) e a compra (na baixa).
Veja que essa operação traz vantagens tanto para quem aluga o ativo quanto para quem detém a sua propriedade. Para quem aluga, é uma forma de investir com menos dinheiro do que seria preciso para comprar esses títulos. Já para quem possui o ativo, é mais uma forma de rentabilizar o patrimônio, além dos dividendos e da valorização do investimento.
No entanto, cabe lembrar que o risco maior sempre é de quem aluga, pois essa é a ponta que pratica a alavancagem. Ou seja, existe a possibilidade de que o preço suba, ao invés de o ativo se desvalorizar. Nesse caso, será necessário recomprar o título para devolvê-lo ao proprietário, mesmo que com prejuízo.
Alavancagem do mercado futuro
A utilização de alavancagem no mercado futuro também é muito comum entre os investidores. Esses contratos possuem diferentes objetos de negociação, como índices, commodities, moedas estrangeiras, entre outros.
Para montar uma posição no mercado futuro, o investidor não precisa ter o valor total desses contratos. Em vez disso, é só constituir a margem de garantia, de acordo com o ativo negociado e o prazo da operação.
Cabe ressaltar que, também nesse caso, o investidor está sujeito à volatilidade dos preços. Isso significa que existe a possibilidade de as suas expectativas não se cumprirem e os preços se moverem na direção contrária do esperado. Assim como no day trade e no swing trade, o tamanho do prejuízo será diretamente proporcional à alavancagem utilizada na operação.
E então? Por tudo o que vimos, você acha que vale a pena operar alavancado? Deixe suas dúvidas e comentários abaixo!