Mesmo com a Selic em seu maior patamar desde março de 2021, e com a perspectiva de que os juros se mantenham altos ao menos até 2023, a renda variável mantém o ritmo de crescimento. De acordo com dados da B3, de julho de 2021 a junho de 2022, 1,25 milhão de novos investidores ingressaram na bolsa, fazendo com que o número de CPF cadastrados atingisse 4,4 milhões.

E o motivo para esse crescimento é simples: cada vez mais, as pessoas buscam diversificação para a carteira. Nesse contexto, surge a pergunta: afinal, será que vale a pena fazer trade? De um lado, a atividade anima quem está em busca de rentabilidade para os investimentos, ou mesmo de um trabalho flexível. De outro, muitos são céticos com promessas de ganhos fáceis e rápidos.

Aqui no Yubb, nosso objetivo sempre foi trazer conhecimento para lhe auxiliar a entender a economia e o mercado financeiros. Por isso, preparamos este conteúdo com alguns pontos importantes sobre o day trade que você precisa saber para tomar as suas decisões de investimentos. Continue a leitura a seguir e confira!

O que é day trade?

O day trade é uma estratégia de investimentos com foco no curtíssimo prazo, ou seja, em operações que começam e terminam no mesmo dia. Para lucrar, o trader precisa comprar as ações no melhor momento possível (ou seja, com os preços em baixa) e vendê-las quando o mercado estiver em alta.

Para as decisões do trader, a variável mais importante é a oscilação dos preços dos ativos. Por isso, ele utiliza indicadores da análise técnica, que ajudam na interpretação de gráficos, médias e outros aspectos relacionados a esses preços.

Dentro da estratégia de curto prazo, há também o swing trade. Aqui, em vez de iniciar e terminar a operação no mesmo dia, o investidor fica com o ativo por alguns dias ou semanas. Isso lhe permite aproveitar melhor as oscilações dos preços, e não exige um acompanhamento tão frequente do mercado como no caso do day trade.

Vale a pena operar trade?

Para decidir se esse tipo de operação vale ou não a pena, existem pontos importantes que você precisa avaliar. Acompanhe.

Perfil de investidor

Quando falamos em perfil de investidor, estamos nos referindo ao grau de risco que se está disposto a correr para obter ganhos com os investimentos. No mercado financeiro, há três tipos de perfis bem definidos: conservador, moderado e arrojado. 

O perfil conservador é aquele que prioriza a segurança em detrimento da rentabilidade. Ou seja, ele prefere não arriscar na renda variável, mesmo que suas chances de ganhos fiquem reduzidas. Dessa forma, montará a sua carteira com títulos da renda fixa tradicional, como Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs, e assim por diante.

Já o perfil moderado admite correr algum risco para aumentar as suas chances de retorno. Aqui, já podemos falar de ações, fundos imobiliários e outros ativos de renda variável para compor a carteira.

Por fim, o perfil arrojado é aquele que buscará sempre o maior potencial de ganho, mesmo que isso represente maiores riscos para a carteira. Nesse caso, estamos falando em todas as categorias da renda variável, inclusive ativos e instrumentos de altíssima volatilidade, como derivativos e criptoativos, por exemplo. 

E é justamente neste terceiro grupo que se encontra o trader, pois quem faz esse tipo de operação precisa lidar bem com as oscilações da renda variável. Portanto, definir o seu perfil de investidor é a primeira coisa a fazer para decidir se vale a pena ou não operar trade. Lembrando que, teoricamente, os investidores arrojados são os mais experientes e, na maioria das vezes, mais capitalizados. Isso porque, dependendo do tipo de operação, pode-se perder até mais do que os recursos investidos.

Promessas de ganhos fáceis

Outro aspecto importante a considerar por quem avalia operar trade são as promessas milagrosas que, muitas vezes, vemos disseminadas pela internet por meio de falsos gurus. 

Muitas pessoas, por ganância ou mesmo por necessidade de encontrar uma renda, acabam embarcando em discursos furados que prometem ganhos fáceis e rápidos. Isso acaba gerando grandes frustrações e prejuízos, inclusive não são raros os casos de depressão e suicídio que vemos no mundo trade. Portanto, outro alerta que a gente sempre dá é o cuidado que você deve ter ao escolher as suas fontes de informações. Nesse sentido, desconfie sempre dos milagres, e procure orientações de profissionais sérios e experientes.

Conhecimento e tempo para acompanhar o mercado

A princípio, a lógica do trade pode parecer simples para alguns. Afinal, se é só comprar na baixa e vender na alta, qual o mistério, não é mesmo?

No entanto, a falta de conhecimento técnico é outro grave erro de muitas pessoas que começam a fazer trade. Justamente porque as promessas milagrosas dão a entender que qualquer um pode se dar bem nessa atividade, o que é uma grande enganação.

Se, para desempenhar um trabalho, é preciso preparo e dedicação, por que com o trade deveria ser diferente? Ao contrário, para que tenha chances de sucesso, o trader precisa conhecer bem a análise técnica e saber como e quando utilizar seus complexos indicadores. Além disso, quem faz day trade precisa estar de olho no mercado durante todo o pregão, desde a abertura até o encerramento. Como vimos, o lucro dessa estratégia está justamente na diferença entre os preços de compra e venda dos ativos. Logo, perder uma oportunidade de negociação pode sacrificar o ganho de todo o trabalho do dia.

Trade ou buy and hold?

Se o day trade visa ganhos no curtíssimo prazo, o buy and hold é a estratégia para quem quer comprar e “segurar” a ação por bastante tempo. Ou seja, esse tipo de investidor não busca a especulação, mas sim o potencial de valorização dos ativos no longo prazo.

Tanto o trade quanto o buy and hold podem ser boas estratégias para a sua carteira de ações. Porém, a melhor escolha dependerá do seu perfil e objetivos financeiros. Saiba mais no conteúdo abaixo!

Day trade ou buy and hold: qual é a melhor estratégia? (yubb.com.br)