Além de ter inovado o sistema financeiro tradicional, o mundo dos ativos digitais trouxe novos termos que, muitas vezes, precisamos de um glossário de criptoativos para entender o seu significado.
Alguns desses termos não são necessariamente novos, porém só começaram a ser mais utilizados com o surgimento dos criptoativos. É o caso da moeda fiduciária, por exemplo.
Outros, como token e criptomoeda, surgiram com o blockchain, e a sua utilização ainda causa confusão, até mesmo entre os que já sabem um pouco mais sobre o assunto.
E qual a diferença entre token, criptomoeda e moeda fiduciária?
Vamos começar com o conceito mais antigo, o de moeda fiduciária, e entender como isso se relaciona com o mundo dos ativos digitais. Na sequência, saberemos mais sobre criptomoedas e tokens. Acompanhe!
Moeda fiduciária
Quando falamos em moeda, estamos nos referindo ao dinheiro emitido por determinada autoridade pública, aceito por todas as pessoas de uma região.
No caso de uma moeda fiduciária, não existe nenhum tipo de lastro, seja ele em ouro, prata ou qualquer outro tipo de ativo. Ou seja, uma moeda fiduciária não possui valor intrínseco, pois a sua credibilidade vem somente do fato de ser emitida por determinada autoridade e ser utilizada pela população de forma geral.
No mundo dos ativos virtuais, existem também as stablecoins, que são moedas virtuais lastreadas em algum ativo, que pode ser uma moeda fiduciária.
Uma das mais conhecidas stablecoins é o Theter, cujo ativo-referência (lastro) é o dólar norte-americano. Teoricamente, para cada Theter emitido deverá haver um dólar correspondente.
Outro exemplo de stablecoins lastreadas em moedas fiduciárias são as CBDCs (moedas digitais dos bancos centrais). Inclusive, já existe uma CBDC em desenvolvimento no Brasil – o Real Digital – cuja entrada em circulação está prevista para 2024.
Clique abaixo e saiba mais sobre como funcionará o Real Digital.
Justamente por causa do lastro, as stablecoins são bem menos voláteis do que as criptomoedas, que veremos a seguir.
Criptomoeda
Já as criptomoedas são ativos digitais que não são emitidos por uma autoridade central. Diferentemente das moedas fiduciárias tradicionais, não existe um banco central que emite e controla a circulação de criptomoedas.
A tecnologia que possibilita essa descentralização é o blockchain. Basicamente, a rede blockchain funciona como um livro-caixa aberto, que registra todas as transações realizadas de uma determinada criptomoeda. Diferentemente de um banco de dados comum, o blockchain não permite alterações. Ou seja, uma vez inseridos no blockchain, esses registros não podem ser modificados.
Uma vez que não há autoridades envolvidas na sua emissão, as criptomoedas são postas em circulação de diferentes formas, como mineração ou ICO (oferta inicial), por exemplo. Em geral, as maiores e mais reconhecidas criptomoedas têm os critérios de emissão e outros fundamentos descritos no whitepaper.
Outra característica das criptomoedas é a complexidade do seu desenvolvimento. Como foram criadas para revolucionar o sistema financeiro, oferecendo serviços novos, descentralizados e seguros, a tecnologia por trás desses ativos é bastante complexa e, muitas vezes, envolve cientistas de várias partes do mundo (como no caso da Cardano, por exemplo).
Por fim, serem utilizadas como meio de troca em transações financeiras e funcionarem como ativo de reserva de valor também é um dos propósitos das criptomoedas.
Token
Antes de mais nada, é importante saber que o significado de token dependerá do meio no qual ele está inserido. Inclusive, antes dos criptoativos, eles já eram conhecidos. Quem não tinha (ou ainda tem) aqueles “chaveirinhos” geradores de senhas instantâneas para acesso ao internet banking? Nesse artigo, não é desse token que trataremos, mas sim dos tokens utilizados no universo dos investimentos, no qual estão incluídos os criptoativos, certo?
No mundo dos investimentos, um token representa algum ativo financeiro. Isso significa que ele está ligado a algum bem que possua valor de mercado, como uma propriedade, obras de arte ou literárias, músicas, e qualquer outro ativo que tenha valor. Ou seja, o token é a representação digital de algum bem.
Além disso, quando inserido em uma rede blockchain, um token também pode funcionar como criptoativo. Nesse caso, eles funcionam como uma espécie de contrato, que transfere a posse de algum ativo para quem possui o token.
Quando se fala em criptoativos, é comum utilizar o nome da rede para se referir ao token. Por exemplo, quando dizemos que o Ethereum se valorizou, na verdade estamos nos referindo ao token da rede, que se chama Ether. O mesmo ocorre com outras redes, como Cardano (token ADA), Polkadot (token DOT), Terra (token LUNA) e assim por diante.
Outra diferença do token para as criptomoedas está na sua complexidade. Nesse sentido, o seu desenvolvimento é relativamente simples, ainda mais para quem já tem algum conhecimento na área de sistemas. Além disso, o seu objetivo não é revolucionar o mundo das finanças como as criptomoedas, mas sim complementá-los por meio de melhorias e novas funcionalidades.
Diferentemente de uma criptomoeda, que só roda na sua blockchain de origem, os tokens transitam por diversas blockchains. Na verdade, eles dependem das estruturas dessas blockchains para que possam circular.
O propósito de um token também é diferente de uma criptomoeda. Enquanto essas servem como reserva de valor e meio de troca, o token serve para representar digitalmente um ativo, ou para manter as redes blockchain funcionando por meio de aplicativos específicos.
Mas atenção: isso não significa que os tokens não tenham potencial de valorização. Ao contrário, eventualmente chegam até a competir com as criptomoedas em termos de valorização em determinados nichos.Se você se interessa pelo mundo dos criptoativos, acesse a nossa sessão especial de criptomoedas no site!