Um dos assuntos mais frequentes na economia tem sido a alta da inflação nos últimos tempos. Para proteger o patrimônio, muitos investidores começaram a procurar novamente os títulos públicos, em especial o Tesouro IPCA+.
Pelo fato de ser atrelado ao índice da inflação oficial brasileira, o Tesouro IPCA+ garante que o dinheiro não perca o poder de compra durante o prazo da aplicação. Porém, antes de investir, é importante entender como esse título funciona e saber que há duas formas de fazer essa aplicação.
Se você também está preocupado com o dano que a inflação causa ao seu patrimônio, continue a leitura e entenda como funciona o Tesouro IPCA+!
O que é o Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ faz parte da categoria de investimentos de renda fixa. Isso significa que, desde o início, o investidor sabe de que forma os recursos irão render durante o período que estiverem aplicados.
No caso do Tesouro IPCA+, uma parte dos rendimentos é atrelada ao índice de inflação e a outra corresponde a uma taxa fixa, expressa em percentual anual.
Na data de hoje (esse conteúdo foi feito em 3 de setembro de 2021), o Tesouro IPCA+ 2035 está pagando IPCA + 4,71%. Ou seja, quem adquiriu esse título em 03/09/2021 receberá por ele 4,71% ao ano, além da variação do IPCA durante o prazo da aplicação.
Um ponto importante que o investidor precisa ter em mente é que o Tesouro IPCA+ é indicado para o médio e longo prazo. Isso porque a remuneração contratada no início da aplicação somente será garantida se o investidor ficar com o título até o vencimento. Isso não quer dizer que o título não possa ser resgatado antes, mas, se fizer isso, possivelmente o investidor não conseguirá o rendimento contratado.
Tipos de Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ pode pagar rendimentos semestrais ou somente no vencimento da aplicação.
Os rendimentos semestrais são mais indicados para quem já acumulou patrimônio e está em busca de uma renda passiva com investimentos. Nesse caso, há muitas pessoas que buscam uma entrada de caixa para fortalecer o orçamento mensal ou complementar a aposentadoria, por exemplo.
Porém, se você está começando a investir e ainda não acumulou capital, a melhor opção é receber os rendimentos somente no vencimento da aplicação. Isso porque, se você escolher receber rendimentos semestrais, os juros incidirão sobre um valor menor do que seria se não tivesse ocorrido a distribuição desses rendimentos. Logo, você não conseguirá aproveitar o efeito bola-de-neve dos juros compostos.
Outro ponto a ser considerado em relação ao tipo de título é a tributação do investimento. Assim como outras modalidades de renda fixa, o Tesouro IPCA+ segue a tabela regressiva do imposto de renda, cujas alíquotas e prazos são os seguintes:
Prazo do título | Alíquota IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,5% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Perceba que, se você optar pelos juros semestrais, no primeiro recebimento a sua alíquota será de 22,5%, a maior da tabela. Por outro lado, se você resgatar todo o valor no vencimento da aplicação, os rendimentos serão tributados pela alíquota mínima de 15%.
Ou seja, o recebimento de juros semestrais só vale a pena se o propósito do investimento for gerar uma renda extra. Caso contrário, a melhor opção em termos de rentabilidade é o recebimento final de todo o recurso.
O Imposto de Renda sobre os rendimentos do Tesouro IPCA+ é retido na fonte. Isso significa que, quando resgata o título, o investidor já tem o tributo quitado.
Se for feito algum resgate antes de 30 dias do início da aplicação, haverá também a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Nesse caso, a alíquota inicia em 96%, e vai decrescendo até zerar no 30° da aplicação.
Custos para investir no Tesouro Direto
Além da tributação, para investir em qualquer título do Tesouro Direto é preciso pagar uma taxa de custódia, cobrada pela B3 para manter os títulos em custódia para o investidor. Atualmente, essa taxa é de 0,25% ao ano, e é cobrada em duas etapas, sempre nos meses de janeiro e julho.
É importante saber que a taxa incide sobre o montante total, acrescido dos juros, e não somente sobre os rendimentos da aplicação. Dois dias antes de realizar a cobrança, o Tesouro Nacional envia um e-mail ao cliente para comunicação. Esse e-mail é somente para conhecimento, você não precisa providenciar o pagamento pois a cobrança é automática.
Algumas instituições financeiras cobram a taxa de administração pelos investimentos no Tesouro Direto. No entanto, a maioria dos bancos e corretoras já aboliram essa prática. Por isso, fique atento às regras de sua instituição e negocie isenção com seu gerente, se for o caso, pois não há necessidade de você ter esse custo adicional.
Outras opções interessantes para proteger o patrimônio da inflação
Apesar de ser o mais conhecido, o Tesouro IPCA+ não é o único investimento atrelado à inflação. Há também outras opções de renda fixa que podem ser atreladas a índices inflacionários, como LCIs, LCAs, CDBs e debêntures, por exemplo.
Inclusive, todas as modalidades acima (com exceção das debêntures) contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante até R$ 250 mil por investidor caso a instituição financeira venha a falir.
No universo da renda variável, há os fundos imobiliários (FIIs) que possuem contratos de aluguéis atrelados ao IGP-M. Esse é o índice mais utilizado para reajuste de contratos de aluguel no Brasil.
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