Os ETFs (Exchange Traded Funds) são boas alternativas para quem busca diversificação da carteira de forma acessível.
Inclusive, desde que se tornaram mais acessíveis para o público, no final de 2020, a quantidade desses investimentos só cresceu na bolsa de valores. Atualmente há quase 50 ETFs disponíveis para os investidores na B3.
Também chamados de “fundos de índices”, os ETFs são uma espécie de fundo de investimento de gestão passiva. Isso porque o seu objetivo é acompanhar o desempenho de determinado indicador do mercado financeiro nacional ou internacional. No entanto, eles possuem algumas diferenças em relação aos tradicionais fundos de investimentos, as quais veremos a seguir.
Diferença entre ETFs e fundos de investimento
Antes de mais nada, é bom relembrarmos o conceito de fundo de investimento.
Basicamente, um fundo de investimento funciona como um condomínio, no qual o gestor reúne os recursos dos cotistas e investe em diferentes tipos de ativos. Dependendo do tipo de fundo, esses ativos podem ser títulos de renda fixa, ações, títulos referentes ao setor imobiliário, moedas estrangeiras, e assim por diante.
O objetivo de um fundo de investimento é proporcionar a maior rentabilidade possível ao cotista. Para isso, o gestor pode utilizar diferentes estratégias, desde as mais conservadoras (quando prioriza títulos de renda fixa) até as mais arrojadas (quando opta por ativos de maior volatilidade).
A gestão de um fundo de investimento pode ser ativa ou passiva. Um fundo de gestão ativa buscará superar determinado benchmark, ou seja, tentará trazer para o investidor um retorno maior do que algum índice ou ativo financeiro. Por isso, esses fundos costumam ter taxas de administração mais caras, pois exigem mais dedicação do gestor. Além disso, alguns ainda cobram taxas de performance, dependendo do resultado alcançado.
No link abaixo, confira os principais custos dos fundos de investimento.
Já os fundos de gestão passiva são aqueles cujo objetivo não é superar, mas sim acompanhar determinado índice do mercado. Consequentemente, tendem a cobrar taxas mais baixas, pois demandam menos trabalho do gestor.
Apesar de também serem fundos de gestão passiva, os ETFs possuem algumas peculiaridades que o investidor precisa conhecer. Veja a seguir quais são elas.
1 – Forma de investimento
Um fundo de investimento tradicional comercializa as suas cotas por meio de bancos e corretoras. Já para adquirir cotas de um ETF, o investidor precisa fazer isso na bolsa de valores, via home broker, como se fosse negociar uma ação, fundo imobiliário ou outro título do mercado de capitais.
2 – Precificação da cota
Como os ETFs são negociados na bolsa, a precificação de suas cotas ocorre em tempo real. Já no caso dos fundos de investimento, o valor das cotas é divulgado pela instituição financeira somente uma vez por dia.
Apesar de as instituições financeiras divulgarem diariamente as cotas, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permite que as gestoras divulguem suas posições com até três meses de atraso em relação à posição atual. Isso faz com que o ETF acabe sendo mais transparente do que os tradicionais fundos passivos em relação aos valores das cotas.
3 – Custos do investimento
Os fundos de investimento de gestão passiva possuem apenas a taxa de administração. Já no caso dos ETFs, além da taxa de administração, também podem incidir taxas de custódia, corretagem e emolumentos, cobradas pela bolsa de valores.
Essas taxas variam, e é preciso consultar as normas dos investimentos para saber ao certo quais incidem e os respectivos valores. De forma geral, a taxa de administração dos ETFs varia de 0,06% a 0,7% para ativos de renda variável e de 0,2% a 0,3% para os de renda fixa.
Nesse sentido, a dica de especialistas é observar sempre a adesão do ETF ao índice ou ativo de referência. Normalmente, o que faz esse fundo descolar do benchmark são as despesas relativas ao investimento. Por isso, quando a gestão é realmente eficiente, a tendência é que o custo para o investidor seja menor. Quando o custo é menor, o ETF consegue de fato estar mais colado ao índice ou ativo que representa.
4 – Tributação
No caso do Imposto de Renda, os fundos de investimento seguem a tabela regressiva das aplicações de renda fixa, que leva em consideração o prazo da aplicação. Veja como funciona:
Prazo da aplicação | Alíquota IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,5% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
A exceção à regra são os fundos de ações, cuja alíquota única é de 15%.
Já no caso dos ETFs, o IR é sempre de 15% sobre os rendimentos no momento do resgate independentemente do prazo do investimento. A única exceção é nos ETFs de fundos imobiliários, que têm alíquota de 20% sobre o ganho de capital.
Outro ponto importante a observar é a forma de cobrança do imposto. Isso porque, no caso dos ETFs de renda fixa, o IR é retido na fonte. Já nos de renda variável, o investidor precisará calcular o rendimento e emitir a DARF para pagamento do tributo.
Por fim, outra diferença em relação à tributação é que o ETF não possui a incidência do come-cotas, que é a antecipação do IR que ocorre duas vezes por ano, no caso de alguns fundos de investimento.
Essas são as principais diferenças entre ETFs e fundos de investimento. Se você quiser saber mais sobre essas duas modalidades, nós sugerimos que dê uma olhada também nos links abaixo!