Se você acompanha as notícias do mercado, deve ter visto que as debêntures se destacaram em 2018. De acordo com os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), até outubro de 2018, esse investimento representou 65,7% das emissões no mercado de capitais no ano – nada menos do que R$ 123,4 bilhões.
Para este ano, a perspectiva é de que o cenário continue a melhorar. A entidade informou, em nota, que a perspectiva de recuperação gradual da economia pode criar um ambiente mais propício para o fortalecimento de novas emissões corporativas.
Em outras palavras, isso significa que é um ótimo momento para conhecer esse investimento e, quem sabe, dar uma chance para ele. Por isso, neste artigo, abordaremos:
- O que são debêntures;
- Como investir em debêntures;
- Como funciona a rentabilidade das debêntures;
- Quais são os custos desse investimento;
- Como escolher debêntures para investir.
O que são debêntures?
Se você já investe em Tesouro Direto, ficará mais fácil entender o que são debêntures e como elas funcionam. Quando você investe em títulos públicos, você está, na verdade, emprestando dinheiro para o governo e, como recompensa, tem rendimento com os juros.
O mesmo acontece com as debêntures – porém, aqui, quem emite os títulos são empresas privadas, que usam o dinheiro que você aplicou em novos projetos. Na prática, você se torna credor da empresa emissora, recebendo juros pelo empréstimo.
Como investir em debêntures?
Se você investe em fundos de renda fixa, é possível que já tenha colocado seu dinheiro em debêntures sem mesmo ter conhecimento disso, visto que os administradores dos fundos, eventualmente, compram este tipo de papel.
Mas esta é apenas uma das formas! É possível investir em debêntures por meio de bancos e corretoras com experiência neste mercado, que intermediarão as operações de compra e venda. Você terá apenas dois momentos para realizar a compra: assim que a empresa emite os papéis ou quando investidores estão se desfazendo de seus títulos – neste último caso, a negociação geralmente é feita diariamente na B3.
Caso você queira vender os seus títulos, precisará de paciência, pois nem sempre será possível encontrar um comprador de imediato ou até mesmo uma boa oferta.
Cada empresa pode estipular o valor mínimo de aplicação. Por isso, vale checar junto à instituição que intermediará a compra o quanto você tem disponível para, depois disso, encontrar títulos à disposição.
Como funciona a rentabilidade das debêntures e quais são os custos do investimento?
Tanto a distribuição de juros quanto as datas variam de acordo com a empresa emissora. Por isso, antes de fechar a compra, informe-se sobre a frequência de seu retorno (mensal, semestral, anual ou apenas na data de vencimento).
Também vale prestar atenção nos custos que você terá com esse investimento – basicamente, taxa de custódia, cobrada pela instituição financeira por ter o controle do seu papel, e taxa de negociação, no ato das operações de compra e venda. Calcule se esses custos não irão minar seus rendimentos.
Como escolher debêntures para investir?
É fundamental escolher bem a empresa na qual você colocará seu dinheiro. Caso ela esteja passando por uma má fase financeira e te dê um calote, você não contará com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Por isso, conheça bem a empresa que está emitindo o título antes de apostar nela e acompanhe seu desempenho por meio agências de rating. Quanto maior a avaliação recebida, menor o risco de você acabar no prejuízo.
Conclusão
Sim, debêntures possuem certo risco e, por isso, são mais recomendadas para investidores com certo apetite para riscos – perfil-investidor moderado ou arrojado. Caso você queira apostar suas fichas em uma empresa, coloque apenas parcela de seu patrimônio: diversificar é a palavra-chave!
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Ana Paula de Araujo
Ana Paula de Araujo é repórter, produz o conteúdo multimídia do Finanças Femininas e é fã da Mulher Maravilha. Divide a vida de jornalista com a de musicista e tenta ajudar o máximo de pessoas nas duas profissões.
As opiniões expostas neste artigo são baseadas na visão do autor e não necessariamente refletem o entendimento do Yubb.