Os recentes aumentos da taxa Selic e a perspectiva de que a inflação se mantenha em alta ainda por um bom tempo fizeram com que muitos investidores voltassem a investir no Tesouro Direto nos últimos tempos.

Existem diferentes formas de investir no Tesouro Direto. Para escolher a modalidade mais adequada, é preciso levar em consideração diferentes fatores, como prazo do investimento, tendência de taxas de juro e inflação, ou objetivo de renda passiva com investimentos.

Quanto ao último aspecto, há títulos públicos que pagam juros semestrais. Quer saber se vale a pena investir nesses títulos? Então, continue a leitura para saber mais sobre as diferentes modalidades do Tesouro Direto!

Tipos de títulos do Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto podem ser pós-fixados, prefixados ou híbridos. A seguir, veja como cada um deles funciona.

Tesouro pós-fixado

O Tesouro Selic é o representante dessa categoria, pois o seu rendimento é totalmente vinculado à evolução da Taxa Selic.

A cada 45 dias, o COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne para definir a taxa Selic, que representa os juros básicos da economia brasileira. Clique no link abaixo, e saiba mais sobre a relação da Selic com os investimentos.

Tesouro prefixado

Já o Tesouro prefixado é aquele que tem o seu rendimento definido no momento da aplicação, por meio de uma taxa expressa ao ano.

Existem dois tipos de títulos prefixados do Tesouro Direto: os que pagam juros semestrais e os que remuneram somente no vencimento da aplicação. Na sequência, veremos quando é melhor optar por uma ou outra modalidade.

Tesouro híbrido

Por fim, nos títulos híbridos, uma parte do rendimento acompanha a taxa prefixada e, a outra parte, a evolução do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O Tesouro IPCA+ é indicado para períodos de inflação alta, principalmente quando há expectativa de que essa alta permaneça ao longo do tempo.

Da mesma forma que os prefixados, o Tesouro IPCA+ também oferece a possibilidade de juros semestrais ou ao final do período da aplicação.

E vale a pena investir no Tesouro Direto com juros semestrais?

Existem alguns fatores a serem considerados no momento de decidir se vale a pena ou não investir no Tesouro Direto com juros semestrais. Nesse sentido, os mais importantes são o objetivo de uma renda passiva com investimentos e a tributação que incide sobre esses títulos.

Renda passiva com investimentos

Muitas pessoas buscam obter renda passiva com investimentos, seja para complementar a aposentadoria ou mesmo para reforçar o orçamento doméstico.

Porém, é preciso entender que, quando se opta pelo Tesouro Direto com juros semestrais, o capital investido reduz a cada seis meses. Isso significa que os juros do investimento incidirão sobre um valor menor, o que impede o investidor de aproveitar o efeito “bola de neve” gerado pelos juros compostos.

É por isso que o Tesouro Direto com juros semestrais é mais indicado para quem já passou da fase de acumulação de capital. Se você ainda está trabalhando e construindo patrimônio, o mais interessante é que resgate todo o investimento somente no vencimento. Dessa forma, os juros incidirão sempre sobre um valor maior.

Além do Tesouro Direto, existem outros investimentos para quem deseja ter uma renda passiva. Clique abaixo e saiba mais sobre o assunto.

Tributação do Tesouro Direto

A tributação do Tesouro Direto é outro fator importante na hora de escolher o tipo de título para investir.

Esses títulos seguem a tabela regressiva do Imposto de Renda (IR) para as aplicações de renda fixa. Para cada prazo de aplicação, há uma alíquota correspondente, e funciona da seguinte forma:

PrazoAlíquota IR
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20,5%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

Quando o Tesouro Direto paga juros semestrais, as primeiras alíquotas de IR serão maiores, começando em 22,5% até chegarem à mínima de 15%.

Por outro lado, quanto o título paga juros somente no vencimento, a alíquota do imposto será sempre de 15%. Isso porque esses títulos possuem vencimento a partir de três anos, prazo no qual incide a mínima alíquota da tabela de renda fixa.

Perceba que, ao optar por receber os juros somente no vencimento, você tem duas vantagens em relação à rentabilidade do título. A primeira é conseguir aproveitar melhor o efeito dos juros compostos. A segunda é pagar sempre a menor alíquota de Imposto de Renda.

O que mais é importante considerar para escolher o melhor título do Tesouro Direto?

Além da forma de recebimento de juros, é importante avaliar também a finalidade do investimento. Nesse sentido, se você procura uma aplicação para a sua reserva de emergência, o Tesouro Selic é a modalidade adequada, pois você pode resgatá-lo quando precisar sem prejuízo dos rendimentos.

Já se o seu objetivo for de longo prazo, o Tesouro prefixado e o Tesouro IPCA+ podem proporcionar ganhos mais interessantes. No entanto, para que isso aconteça, você deve permanecer com o título até o vencimento, caso contrário provavelmente terá perdas com o deságio pelo resgate antecipado.

Outro ponto a avaliar é a perspectiva de inflação. Como vimos, em períodos de alta dos preços, investir no Tesouro IPCA+ garante que o seu dinheiro mantenha o poder de compra mesmo com a alta dos preços.

Clique abaixo e conheça outros investimentos que também podem proteger o seu patrimônio em períodos de inflação!