Com a queda do Ibovespa e muitas pessoas perdendo dinheiro nessa crise, alguns investidores estão buscando boas oportunidades na segurança da renda fixa. Será que essa é uma boa estratégia? A renda fixa morreu e agora ressuscitou? No post de hoje, vou te falar se vale a pena investir em renda fixa na crise e, é claro, te apresentar boas opções de investimento para seu dinheiro.
Tópicos que vou abordar no post:
1. Reserva de emergência: onde investir?
1.1. Tesouro SELIC
1.2. CDBs com liquidez diária
1.3. Fundos de renda fixa
2. Devo investir em renda fixa agora?
3. Prefixados
4. “Promoções” em pós-fixados
5. Renda fixa menos conservadora
Bora?
1. Reserva de emergência: onde investir?
Para falar de investimentos em renda fixa, precisamos falar sobre reserva de emergência. Eu escolhi falar sobre esse tópico logo no início do post porque esse é o primeiro passo para quem está começando a investir.
A reserva de emergência é aquele valor que só pode ser usado em casos emergenciais. Mas esse valor também precisa ser investido!
Os melhores investimentos para a sua reserva são aqueles SEGUROS e com ALTA LIQUIDEZ. Ou seja, você não pode correr risco de perder dinheiro e precisa ter a possibilidade de resgatar a quantia a qualquer momento.
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Agora vamos aos investimentos que podem ser boas oportunidades para a sua reserva.
1.1. Tesouro SELIC
Os títulos públicos do Tesouro Direto são os investimentos mais seguros do Brasil porque são do governo federal. Para a sua reserva de emergência, o Tesouro SELIC é uma boa opção porque é o único título público que permite resgate a qualquer momento sem nenhum risco.
Só vale a pena se atentar a alguns pontos:
O Tesouro SELIC rende exatamente a taxa básica de juros. No dia deste post (24/04/2020), a SELIC está em 3,75% ao ano. A inflação projetada para 2020 segundo o Boletim Focus do dia 20/04/2020 é de 2,23%.
Ao retirar as taxas da B3 + imposto de renda da rentabilidade do seu investimento, a margem é muito pequena. Fique esperto para não deixar o dinheiro no Tesouro SELIC e perder para a inflação!
Nas últimas semanas, ocorreram alguns circuit breakers no mercado e o Tesouro Nacional também parou suas negociações. Ou seja, se você precisasse resgatar a sua reserva de emergência em algum desses dias, não teria como.
Por isso, é importante analisar outras opções também.
1.2. CDBs com liquidez diária
Esses são os queridinhos para quem busca mais rentabilidade na reserva de emergência. CDBs são os Certificados de Depósito Bancário e são títulos disponibilizados pelos bancos.
Eles são boas oportunidades porque são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) e, se algo acontecer com o banco em que você investiu, você recebe o seu dinheiro de volta + rendimentos.
Existem diferentes tipos de CDBs no mercado e, para a sua reserva, foque naqueles com liquidez diária. Isso significa que você poderá resgatar o dinheiro investido a qualquer momento.
Em bancos pequenos e médios, você encontra rentabilidades de até 107% do CDI em CDBs com liquidez diária. Faz uma busca no Yubb e veja as opções!
1.3. Fundos de renda fixa
Os fundos de investimento não são um produto em si e sim um serviço. Para a sua reserva, pode ser bacana investir em fundos de renda fixa já que eles investem diretamente em títulos públicos e privados de renda fixa.
Aqui, no Yubb, gostamos muito de falar dos fundos que investem diretamente no Tesouro SELIC com taxa zero. Eles são disponibilizados por algumas instituições financeiras e podem ser ótimas oportunidades para a sua reserva de emergência.
É um fundo que possui a mesma rentabilidade que o Tesouro SELIC, mas não possui nenhuma taxa – diferente do que se você investisse sozinho no Tesouro, teria que pagar 0,25% ao ano para a B3.
A Órama, BTG Pactual digital, Rico Investimentos e Pi Investimentos são algumas das empresas que oferecem esse serviço.
Se for escolher um fundo de renda fixa para a sua reserva, nunca se esqueça de:
– analisar bem quem é o gestor – já que não é um investimento garantido pelo FGC;
– ver quais são as taxas cobradas (nunca aceite altas taxas!);
– confirmar se a liquidez é diária/imediata mesmo – para seu dinheiro não ficar “preso”.
2. Devo investir em renda fixa agora?
O Brasil tem um histórico de SELIC muito alta e, por isso, não valia a pena investir na bolsa de valores. Ano passado, esse cenário se inverteu e, com a SELIC baixa, muitos investidores migraram para a renda variável.
Com a crise do coronavírus em 2020, muitas pessoas estão repensando esse movimento e querendo voltar a buscar bons investimentos em renda fixa.
Respondendo a sua pergunta: sim, é um bom momento para investir em renda fixa. Na verdade, sempre é.
O legal é diversificar a sua carteira, uma parte em renda fixa e uma parte em renda variável. É sempre interessante deixar uma parte de seus investimentos nos títulos mais seguros de renda fixa, para ter uma carteira equilibrada.
Como a SELIC está muito baixa, você não vai encontrar altas rentabilidades na renda fixa, mas existem boas oportunidades, sim. E é isso que vamos falar nos próximos tópicos.
3. Prefixados
Títulos prefixados são aqueles em que a sua rentabilidade não depende de nenhum indicador financeiro. Ou seja, você sabe exatamente quanto vai receber no final do investimento. São aqueles investimentos que pagam “X% ao ano (a.a.)”.
Os prefixados podem ser bons investimentos em momentos de SELIC baixa e com potencial de queda – isso significa que podem ser bons para esse momento de crise.
Ao fazer uma busca no Yubb, você encontra CDBs, LCs, RDBs e outros tipos de investimento prefixados com taxas de até 8% ao ano.
Facilmente, você já vê que a rentabilidade está muito acima da taxa básica de juros – que está em 3,75% ao ano.
Importante: cuidado com o prazo! Se a SELIC voltar a subir, os prefixados acabam não valendo tanto a pena. Mas, para prazos mais curtos, os prefixados podem te trazer ótimos rendimentos.
4. “Promoções” em pós-fixados
Ao contrário dos prefixados, há os pós-fixados: investimentos que dependem da variação de algum indicador. Em renda fixa, na maioria das vezes é o CDI – são aqueles títulos que rendem X% do CDI.
Se os prefixados são boas oportunidades para a crise, por que os pós-fixados também estão nessa lista?
É muito simples. O CDI é um valor muito próximo a SELIC – hoje, o CDI está 3,65%. Com esse valor tão baixo, muitas corretoras estão fazendo “promoções” de pós-fixados.
A dica aqui neste tópico é simples. Como as corretoras estão aproveitando esse momento de crise para criar “promoções”, pode ser uma boa oportunidade para você aproveitar a segurança da renda fixa com taxas mais altas do que o normal.
Nas últimas semanas, encontramos algumas plataformas oferecendo taxas de até 180% do CDI. Se você fizer uma busca no Yubb, pode encontrar rentabilidades de até 150% do CDI em CDBs, LCs, RDBs e outros investimentos de renda fixa.
Lembrando que, se a taxa SELIC continuar caindo nos próximos meses, sua rentabilidade também cai. Mas, se ela se mantiver ou aumentar, você terá um bom rendimento para seus investimentos.
5. Renda fixa menos conservadora
Os títulos públicos do Tesouro Direto possuem a garantia do governo federal. CDBs, LCIs, LCAs, RDBs, LCs e outros títulos privados possuem a garantia do FGC. Mas existe uma parte da renda fixa que não possui nenhuma garantia.
É o que chamo aqui neste texto de “renda fixa menos conservadora”. São alguns produtos que possuem, sim, as características de renda fixa, mas são mais arriscados por não possuírem nenhuma garantia.
Por serem mais arrojados, podem trazer mais rentabilidade a você, investidor e, por esse motivo, não poderiam ficar de fora deste texto.
As debêntures, debêntures incentivadas, CRIs e CRAs são exemplos de títulos de renda fixa que não possuem nenhuma garantia, mas podem trazer altas rentabilidades.
São títulos um pouco mais difíceis de serem encontrados e que, normalmente, possuem um valor mínimo muito alto. Mas, se você busca uma rentabilidade maior em renda fixa durante a crise, precisa ficar de olho!