Com a alta da Selic, muitas dúvidas têm surgido sobre quais as melhores oportunidades de investimentos para 2022.

Sem dúvida, a escalada dos juros nos últimos tempos favoreceu a renda fixa, principalmente atrelada à inflação, devido ao cenário de alta dos juros. Mas será que também não há boas oportunidades na renda variável com a alta da Selic?

Onde investir com a alta da Selic em 2022?

Para lhe ajudar a montar uma carteira para 2022, o Yubb checou a opinião de alguns profissionais do mercado financeiro sobre a influência da Selic mais alta nos investimentos. A seguir, confira o que esses especialistas pensam a respeito de algumas modalidades.

Renda fixa pública

Em entrevista ao portal InfoMoney, Carlos Belchior, estrategista-chefe da G5 Partners, chama atenção para as taxas atrativas do Tesouro Direto, em especial os atrelados à inflação (Tesouro IPCA+).

Leia também: Tesouro IPCA+: confira TUDO o que você precisa saber sobre esse investimento!

Já na renda fixa prefixada, o gestor vê oportunidades em títulos de prazo curto. No entanto, recomenda que a posição nesses papéis seja menor do que nos pós-fixados. Segundo ele, a diferença de juros entre 2025 e 2030 não está tão grande.

Renda fixa privada

Segundo a Sonata Gestão de Patrimônio, a renda fixa privada (que abrange debêntures, CRAs e CRIs, por exemplo) também pode oferecer boas oportunidades de investimentos.

Patrícia Palomo, sócia da gestora, disse à InfoMoney que muitas empresas estão aproveitando a maior procura por renda fixa para alongar o prazo de suas dívidas. Entre essas empresas, existem várias com boas classificações de risco que, recentemente, fizeram ofertas de debêntures, CRIs e CRAs.

Outro ponto importante que Patrícia destaca são os aspectos a serem considerados na hora de selecionar esses títulos. Para a gestora, os setores de combustíveis, transmissão de energia, saneamento de alimentação são os seus preferidos. Isso porque algumas empresas que atuam nesses setores são beneficiadas em um cenário de juros e inflação em alta. Porém, Patrícia alerta para o fato de que uma crise de energia mais séria, com eventual racionamento, pode prejudicar as transmissoras de energia, embora esse cenário não seja considerado por enquanto.

“Há várias empresas oferecendo títulos que pagam IPCA + 5% ou 6% ao ano, com isenção de Imposto de Renda, no caso de CRIs, CRAs e debêntures incentivadas”, diz.

Leia também: O que são debêntures incentivadas?

Fundos multimercado

Na opinião de especialistas, mesmo com os juros em alta (que favorecem a renda fixa), os fundos multimercados continuam sendo uma boa alternativa de investimento, principalmente por causa da diversificação que proporcionam à carteira.

Em entrevista ao portal EQI Investimentos, Elias Wiggers, sócio da corretora, comenta que o risco desses fundos costuma ser mais controlado do que o de outros ativos de renda variável, como ações, por exemplo. Isso porque há desde os fundos mais arrojados, semelhantes aos fundos de ações, até os mais conservadores, que só carregam esse nome devido à estratégia da gestão.

“Muitos desses fundos têm a maioria do patrimônio investido em ativos de renda fixa. No entanto, para não ficar limitado somente a esses títulos, o gestor aloca um percentual pequeno dos recursos de forma livre, visando obter ganhos acima da renda fixa. Só por esse motivo, já daria para entender por que os fundos multimercados fazem sentido nesse cenário de alta de juros. Se o fundo for mais focado em renda fixa, com papéis atrelados à inflação, e buscando oportunidades nos juros e ganhos reais, certamente estará performando bem nesse momento,” diz Elias.

Leia também: Qual é a diferença entre fundo multimercado e fundo de ações?

Fundos imobiliários (FIIs)

No caso dos fundos imobiliários, merecem destaque atualmente os FIIs de papel. Isso porque eles foram os únicos da categoria que, na média, mantiveram desempenho positivo no último ano.

Leia também: Tipos de FIIs: qual é o melhor fundo imobiliário para você?

Enquanto o IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) caiu mais de 10% em 2020, os FIIs de papel acumularam ganhos de 2%. E, para 2021, a tendência é de o desempenho desses fundos continue positivo, pois até o final de outubro acumulavam alta próxima a 5%, ao passo que o IFIX caía na mesma proporção.[

Segundo Valter Manfro, assessor de investimentos da EQI Investimentos, as altas taxas de vacância e a renegociação de aluguéis dos imóveis comerciais fizeram com que os fundos de tijolo sofressem muito na pandemia. Isso se refletiu também nos fundo de fundos, pois eles investem tanto em FIIs de tijolo quanto de papel.

Já os FIIs exclusivamente de papel conseguiram ser mais defensivos. Ou seja, tiveram menor volatilidade e proporcionaram maiores ganhos aos cotistas, justamente porque a sua remuneração está atrelada à inflação.

“Atualmente, há CRIs que chegam a render IPCA + 15% ao ano. Isso significa que, com a alta da inflação nos últimos tempos, alguns CRIs chegam a pagar algo em torno de 25% ao ano. Basicamente, é por isso que os FIIs de papel têm se destacado em termos de rentabilidade”, afirma Manfro.

Outro ponto destacado pelo assessor é o fato de que muitos FIIs de papel adquiriram CRIs com garantias fortes. Dessa forma, os riscos de inadimplência da carteira foram mitigados, o que deu mais segurança para o investidor.

Por fim, Manfro ressalta que outro ponto de atratividade dos FIIs é a isenção do Imposto de Renda no recebimento de dividendos, o que torna os seus ganhos ainda mais atrativos.

Esses são alguns dos investimentos que, na opinião de especialistas, permanecem atrativos mesmo com a Selic em alta. Se tiver dúvidas, ou quiser saber mais sobre o tema, deixe abaixo os seus comentários!