Em outubro de 2021, a inflação acumulada dos últimos 12 meses registrou o maior valor em cinco anos.
No acumulado do ano, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 10,67%. Esse é o maior patamar desde janeiro de 2016, quando o índice bateu 10,71%.
Não é à toa que, atualmente, uma das maiores preocupações dos investidores é proteger o patrimônio dos efeitos da inflação. A seguir, conheça alguns investimentos que podem ajudar nesse sentido.
Tesouro IPCA+
Esse é um dos investimentos mais lembrados em tempos de inflação.
O Tesouro IPCA+ é um título público que tem parte da remuneração atrelada a uma taxa fixa (expressa em ano) e parte ao IPCA. Logo, ao adquirir esse título, o investidor garante um rendimento que acompanha a alta dos preços.
Na data de hoje (12 de novembro de 2021), o Tesouro IPCA+ oferece rentabilidade de 5,19% a 5,22% ao ano acima do IPCA.
Trata-se de uma ótima opção de investimento em tempos de inflação. Porém, é importante ter em mente que esse título é sempre de longo prazo, com vencimentos entre cinco e 30 anos, aproximadamente. Caso o investidor decida resgatá-lo antecipadamente, poderá ter prejuízos, pois a rentabilidade contratada só é garantida no vencimento.
Para saber mais sobre o Tesouro IPCA+, a gente sugere que você dê uma olhada nos dois conteúdos abaixo:
CDB atrelado à inflação
Além dos CDBs prefixados e pós-fixados, há também aqueles atrelados à inflação.
Esses CDBs são menos comuns no mercado, mas é possível encontrar bancos que oferecem a modalidade. Um exemplo é o do banco digital 6C Bank, lançado em abril de 2021. Nesse caso, a aplicação inicial é de R$ 100, e o prazo vai de um a cinco anos. Quanto à remuneração, é o próprio IPCA mais uma taxa que varia conforme o prazo do investimento.
Uma das vantagens dos CDBs é a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante investimentos de até R$ 250 mil por CPF no caso de insolvência da instituição financeira.
Fundos de inflação
Também conhecidos como fundos IMA-B (índice que demonstra a variação do Tesouro IPCA+), os fundos de inflação são investimentos de renda fixa atrelados a índices como o IPCA e o IGP-M
Esses fundos são classificados de acordo com os prazos, e podem ser de três tipos:
IMA-B 5: possuem títulos públicos com vencimento inferior a cinco anos;
IMA-B + 5: possuem títulos públicos com vencimento acima de cinco anos;
IMA-B: podem ter títulos públicos com vencimentos de qualquer prazo.
Quanto mais longos forem os prazos dos fundos de inflação, maior tende a ser a sua remuneração, pois maior também é a sua volatilidade.
Fundos multimercados
Os fundos multimercados também são boas alternativas para diversificar a carteira em momentos de inflação alta.
Como o próprio nome sugere, esses fundos investem em ativos de diferentes mercados. Nesse sentido, há desde os mais arrojados (com ações, moedas e derivativos e criptoativos na sua composição) até os mais conservadores, que investem predominantemente em renda fixa. Se o objetivo é diversificar a carteira considerando a inflação, basta procurar um fundo multimercado que tenha títulos vinculados ao IPCA.
Entre os fundos de investimentos, os multimercados são os mais versáteis, pois há opções para todos os perfis de investidores. No link abaixo, saiba mais sobre esses fundos.
Fundos imobiliários
Geralmente, os fundos imobiliários (FIIs) voltados para renda possuem ativos com contratos de aluguel indexados ao IGP-M.
Por sua vez, o IGP-M é o índice que reajusta a maioria dos contratos de serviços no Brasil, entre eles os aluguéis. Por isso, os FIIs também acabam sendo uma alternativa interessante de investimento em tempos de inflação.
Debêntures atreladas à inflação
As debêntures são títulos de renda fixa que fazem parte do grupo de crédito privado.
Assim como as ações, as debêntures são emitidas por empresas com o objetivo de captar recursos para as suas atividades. A diferença é que, no caso de uma debênture, o investidor não se torna acionista da empresa, mas sim credor. Ou seja, o vínculo com a emissora termina quando o investidor resgata a debênture no vencimento, e recebe juros pelo tempo em que o recurso ficou aplicado na empresa.
Existem algumas debêntures atreladas ao IPCA, que podem ser utilizadas pelo investidor como forma de proteger o patrimônio da inflação. No entanto, para investir nesses títulos, é necessária uma análise criteriosa da empresa. Isso porque as debêntures não contam com a garantia do FGC, logo a sua liquidação depende da saúde financeira da empresa emissora.
Criptoativos
Um dos motivos que levam os criptoativos a serem utilizados para protegerem o patrimônio da inflação é o fato de não terem correlação com o mercado.
Isso significa que esses ativos não estão sujeitos às mesmas variáveis que influenciam a economia, pois não possuem um órgão regulamentador. Por isso, o seu desempenho não depende do andamento da economia, das taxas de juros e de outros fatores que influenciam investimentos tradicionais.
Porém, é importante sempre lembrar que criptoativos são investimentos de altíssima volatilidade. Por isso, são indicados somente para perfis mais arrojados. Além disso, existem muitas diferenças entre as criptomoedas, logo é preciso conhecer as suas peculiaridades e fundamentos para saber se podem ou não ser uma boa alternativa de diversificação em tempos de inflação.
No artigo abaixo, nós falamos sobre isso com mais detalhes. Clique e confira!