Se você já investe, ou está pensando em começar a formar as suas reservas financeiras, já deve ter percebido que o mundo dos investimentos é repleto de siglas, não é mesmo? Pois saiba que muitas dessas siglas são utilizadas para representar indexadores de investimentos.

Mas o que são esses indexadores? E qual a sua função na economia e no mercado financeiro. Neste post, a gente vai te mostrar quais são os principais indexadores e quais os seus efeitos nos investimentos. Confira a seguir!

O que são indexadores de investimentos?

Os indexadores nada mais são do que índices utilizados para corrigir o valor do dinheiro no tempo.

Por exemplo, o IPCA e o IGP-M (veremos os dois com detalhes mais adiante) servem para mostrar os efeitos da inflação na economia. Eles são índices utilizados para corrigir gastos como aluguéis e mensalidades escolares, por exemplo.

Assim como alguns indexadores atualizam o valor das obrigações financeiras, outros servem para indicar a rentabilidade dos investimentos de renda fixa pós-fixados. Para melhor entendermos, vamos abrir um parêntese e explicar rapidamente como funcionam os investimentos de renda fixa.

Nessa categoria, os rendimentos funcionam de duas formas: podem ser prefixados ou pós-fixados. No primeiro caso, como o próprio nome sugere, você já sabe o quanto o seu dinheiro irá render no final do período da aplicação.

Por exemplo: se você contrata um CDB a 2% ao ano, já sabe desde o início o quanto ele renderá, independentemente do que acontecer com a taxa de juros durante o período que o recurso estiver aplicado.

Já nos investimentos pós-fixados, o rendimento só será conhecido no fim do prazo acordado. Isso porque essas aplicações são vinculadas ao desempenho de algum indexador, ou seja, a algum benchmark do mercado financeiro. Logo, o ganho será diretamente proporcional ao movimento do indexador do investimento.

Fechado o parêntese, vamos ver agora quais os principais indexadores do mercado financeiro.

Taxa Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia todas as outras taxas praticadas no mercado financeiro, tanto nos investimentos quanto nas linhas de crédito que as instituições financeiras oferecem aos clientes.

Quem define essa taxa é o Comitê de Política Monetária (COPOM), em reunião realizada a cada 45 dias. Esse órgão tem como objetivo estabelecer as diretrizes do sistema financeiro brasileiro. Por isso, a Selic é uma das suas responsabilidades.

Neste artigo, saiba mais sobre a influência da Selic na economia. 

Aplicações como CDBs, títulos do tesouro e alguns fundos de investimentos podem ter a Selic como indexador.

CDI

O Certificado de Depósitos Interbancários (CDI) é o mais famoso dos indexadores de renda fixa. Também chamado DI, ele reflete os juros praticados nas operações entre as instituições financeiras.

Você pode estar se perguntando: mas por que as instituições financeiras realizam operações entre si?

O motivo é simples: segundo determinação do Banco Central, todos os bancos e financeiras precisam fechar o dia com saldo positivo no caixa. Isso faz com que a instituição que tenha mais recursos disponíveis empreste para a que tem menos.

Essas operações são de curtíssimo prazo, e têm lastro nos títulos do tesouro. Dessa forma, o CDI e a Selic, embora sejam indexadores diferentes, acabam tendo sempre valores bem próximos.

Aqui no blog já falamos sobre as diferenças entre Selic e CDI. Confira neste artigo.

Além de servir como parâmetro para as transações entre as instituições financeiras, o CDI é o indexador da maioria dos títulos privados de renda fixa, como debêntures, LCIs, LCAs, entre outros.

IPCA

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indexador oficial da inflação na economia brasileira. Ele é medido todos os meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e considera nove grupos de produtos e serviços para o seu cálculo;

– alimentação e bebidas;

– artigos de residência;

– comunicação;

– transportes;

– despesas pessoais;

– despesas com habitação;

– saúde e cuidados pessoais;

– vestuário;

– despesas com educação.

Esses nove itens ainda são subdivididos em outros itens. Ao todo, são 465 subitens que fazem parte do cálculo do IPCA.

O indexador reflete a inflação da parcela das famílias brasileiras que ganham entre um a quarenta salários mínimos. Para o cálculo, o IPCA considera as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Vitória, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Os investimentos indexados ao IPCA protegem o dinheiro da desvalorização causada pela inflação. Logo, eles são interessantes em períodos nos quais há expectativa de alta de preços no mercado. Alguns fundos de investimento e títulos do tesouro têm esse indexador como benchmark.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também mede a inflação, porém de maneira mais ampla do que o IPCA. Isso porque ele é composto por três outros indicadores: o Índice de Preços do Atacado – Mercado (IPA-M), o Índice de Preços do Consumidor – Mercado (IPC-M) e o Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M).

Seu cálculo é feito mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realiza a coleta de dados entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês atual. Devido a sua abrangência, diz-se que o IGP-M é um indexador macroeconômico. Ou seja, de todos os indexadores de inflação, ele é o que permite conhecer melhor a situação atual da economia brasileira.

Neste artigo, entenda melhor as diferenças entre IGP-M e IPCA.

O IGP-M é o indexador dos contratos de forma geral, como tarifas públicas, aluguéis, seguros, educação, entre outros. Por isso, ele está presente na vida financeira de todos os brasileiros.Existem vários outros indexadores importantes na economia. Nossa ideia aqui foi apresentar os principais e mais utilizados no dia a dia.

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