Indexadores de investimentos: o que são e como funcionam?

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indexadores de investimentos

“O CDB daquele banco rende 105% do CDI”, “Quero investir no Tesouro SELIC”, “A LC daquela financeira rende o IGP-M + 3,5%” e assim por diante. Se você não faz ideia do que são essas siglas, chegou o momento de saber mais sobre os indexadores de investimentos.

No post de hoje, vou te mostrar o que é toda essa sopa de letrinhas e como isso pode influenciar na rentabilidade do seu investimento.Spoiler: é muito mais fácil do que você imagina! Confira o infográfico e siga lendo o texto 😉

indexadores de investimentos

O que são indexadores?

Antes de falar diretamente sobre os indexadores, é importante definir o conceito de investimentos prefixados e pós-fixados. Essa divisão acontece nas aplicações em renda fixa (títulos do Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, LC, RDB e etc) e está relacionada com a rentabilidade.

Se o investimento for prefixado, sua rentabilidade é definida logo no início e esse valor não vai sofrer nenhuma alteração ao longo do período. Os prefixados podem ser facilmente detectados já que sua rentabilidade é mostrada em % ao ano (a.a). Se um CDB rende 9,6% a.a., por exemplo, essa será a sua taxa até o final do período e não será afetada por nenhum fator externo.

Já se o investimento for pós-fixado, a rentabilidade varia durante o período. Isso acontece porque a rentabilidade está ligada a algum indicador econômico e o seu rendimento vai depender de qual é o valor desse indicador durante o período. No mundo dos investimentos, esses indicadores são chamados indexadores de investimentos.

Você não sabe exatamente quanto vai ganhar no final já que isso depende de um indexador externo. Quando a rentabilidade é mostrada em % do CDI/SELIC/IPCA/IGP-M significa que a taxa é pós-fixada. Se um CDB rende 105% do CDI, por exemplo, significa que ele está 5% acima da taxa “cheia” do CDI durante o período da aplicação.

Na prática, isso significa que os indexadores de investimentos servem para “mandar” na taxa de rentabilidade dos pós-fixados. Se você for investir em um título de renda fixa pós-fixado, perceba qual é o indexador usado e veja se é uma boa opção para o seu bolso.

Tipos de indexadores

Como eu já disse ali em cima, existem diversos tipos de indexadores e cada um tem as suas características particulares. Agora chegou a hora de conhecer os 4 indexadores mais comuns para escolher qual é o melhor para você.

1. SELIC

A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa de juros básica do Brasil. Ela é usada em operações de curtíssimo prazo (normalmente de apenas um dia) entre instituições financeiras (bancos) e quando são oferecidos títulos públicos como lastro (em garantia).

Como o nome já diz, é a taxa básica de juros, ou seja, as outras taxas da economia dependem dela. É o COPOM (Comitê de Política Monetária) que define qual será o valor da SELIC.

Nos investimentos, existe o Tesouro SELIC – que a rentabilidade depende única e exclusivamente da variação dessa taxa e também a caderneta de poupança que depende do valor da SELIC. Por “tabela”, a SELIC também influencia todos os investimentos indexados ao CDI, confira no próximo tópico.

2. CDI

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) tem exatamente o mesmo conceito da SELIC, mas sem a oferta de títulos públicos como lastro. Ele também é usado em operações de curtíssimo prazo entre bancos. O valor do CDI está totalmente conectado à SELIC. O CDI rende, normalmente,  0,2% a menos que a SELIC. Ou seja, as taxas vão caminhando juntas e ambas movem a economia do país.

A maioria dos investimentos em renda fixa privada (CDB, LCI, LCA, LC, RDB e etc) é indexada ao CDI. As boas rentabilidades são aquelas que chegam perto do valor do CDI e você encontra opções que até ultrapassam bastante esse valor (entre 95% e 130% do CDI, por exemplo).

3. IPCA

Você já deve ter ouvido falar do IPCA no jornal, estou certa? A sigla significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo e representa o índice oficial da inflação no Brasil. É uma taxa medida todos os meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que mede a variação dos preços para o consumidor final, ou seja, você.

Para um investidor, é essencial estar acima da inflação. Se a rentabilidade do seu investimento estiver abaixo do IPCA, isso significa que você não está ganhando dinheiro e, sim, perdendo (já que o seu poder de compra está diminuindo).

Se um título é indexado ao IPCA, isso significa que ele sempre estará acima da inflação e pode ser uma boa opção para te “proteger” da alta de preços do mercado. Um bom exemplo para isso é o Tesouro IPCA+: ele renda a taxa IPCA do período somado a um valor prefixado – esse valor prefixado representa o quanto você ficará acima da inflação.

4. IGP-M

Por último, há o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) que também mede a inflação de preços no Brasil. Ele é medido mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e, diferente do que muitos pensam, seu valor não é muito próximo ao IPCA.

Nos investimentos, é menos comum encontrar títulos indexados ao IGP-M, mas existem algumas empresas que oferecem produtos que rendem o valor do IGP-M + uma taxa prefixada que representa o quanto você ficará acima desse índice.


Gostou de entender mais sobre os indexadores de investimentos? Se tiver mais alguma dúvida, é só deixar um comentário aqui embaixo!