Quem está em busca de mais rentabilidade no universo da renda variável, provavelmente já teve essa dúvida: o que é melhor? Fundo multimercado ou fundo de ações?
Ambos são investimentos adequados para perfis mais arrojados, e podem proporcionar rentabilidades bem interessantes. No entanto, possuem diferenças entre si, e é sobre isso que falaremos neste artigo. Continue a leitura e confira a seguir!
Fundo multimercado ou fundo de ações: como escolher?
Antes de mais nada, é importante relembrarmos dois aspectos básicos no mundo dos investimentos.
O primeiro deles é a importância de formar a reserva de emergência antes de pensar na diversificação da carteira. Mesmo que o seu maior objetivo seja a rentabilidade dos investimentos, é fundamental você ter parte dos seus recursos aplicados em renda fixa de liquidez imediata. Isso lhe dará suporte no caso de imprevistos financeiros, dos quais ninguém está livre.
O segundo aspecto é justamente o perfil de investidor. No mundo dos investimentos, a rentabilidade é diretamente proporcional ao grau de risco que se está disposto a assumir para obter maiores ganhos. Por outro lado, se o seu perfil é mais conservador, há modalidades que você deve pensar bem se faz sentido ter em seu portfólio.
É justamente o caso dos fundos de ações e multimercados. Esses fundos costumam apresentar alta volatilidade devido à sua composição, conforme veremos a seguir. Não que um investidor mais conservador não possa investir nesses fundos. Porém, caso decida fazê-lo, deve ser com muita parcimônia e comprometendo um pequeno valor do patrimônio.
Dito isso, vejamos agora como funcionam os fundos multimercado e os fundos de ações. Acompanhe!
Fundo multimercado
Entre todos os fundos de investimento, os multimercado são considerados os mais arrojados. Para proporcionar a maior rentabilidade possível ao cotista, dependendo da estratégia, o gestor tem total liberdade para alocar o patrimônio do fundo da forma como desejar.
Por isso, ele é o fundo mais versátil do mercado, indicado para quem deseja investir em várias categorias de ativos ao mesmo tempo.
Os fundos multimercado podem adotar diferentes estratégias. As mais comuns são as seguintes:
Macro: tem o objetivo de antecipar tendências macroeconômicas da economia. Para isso, o gestor busca ativos de renda fixa, renda variável, derivativos e outros. A escolha dos ativos é feita de acordo com a tendência que o gestor imagina para o mercado no médio e longo prazo.
Trading: ao contrário da estratégia macro, no trading o gestor escolhe os ativos pensando no seu desempenho no curto prazo.
Juros e moedas: aqui, a estratégia é operar moedas estrangeiras, taxas e índices de preços, como Selic e IPCA, por exemplo.
Long and short: esses fundos utilizam ativos da mesma categoria, para obter rentabilidade com as oscilações dos seus preços. Por exemplo, o gestor pode procurar obter ganho ao comprar e vender ações.
Livre: como o nome sugere, nesta estratégia o gestor pode investir em todos os segmentos acima relacionados (e em outros também) para buscar o melhor retorno para o cotista.
Fundo de ações
Por sua vez, os fundos de ações são aqueles que, por definição, devem aplicar pelo menos 67% de seu patrimônio no mercado acionário. Nesse caso, o gestor pode investir em ações, certificados de depósitos de ações, BDRs, ou cotas de outros fundos de ações, por exemplo. Os restantes 33% podem ser investidos em outros tipos de ativos financeiros.
Assim como os multimercados, os fundos de ações também são classificados de acordo com a sua estratégia. Alguns dos mais conhecidos são:
Indexados: visam acompanhar as variações de determinado índice do mercado financeiro, como o Ibovespa, por exemplo.
Ativos: quanto a esses fundos, eles tanto podem ter o objetivo de superar determinado índice quanto não ter benchmark nenhum.
Específicos: esses fundos possuem peculiaridades bem específicas, como, por exemplo, investir em uma única empresa.
Investimento no exterior: esses fundos investem mais de 40% do patrimônio em ativos estrangeiros.
Setoriais: como o nome sugere, esses fundos investem em companhias de um mesmo segmento ou de segmentos que se correlacionam.
Livres: nesses fundos, não há qualquer determinação sobre perfil ou segmento das empresas cujas ações farão parte do patrimônio.
Dividendos: outra possibilidade para o gestor desses fundos é alocar o patrimônio em ações de empresas que pagam dividendos.
ESG: são fundos que investem em empresas reconhecidas por sua atuação em relação ao meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa. No artigo abaixo, saiba mais sobre investimentos ESG.
E qual deles escolher?
Como vimos, tanto o fundo multimercado quanto o fundo de ações são investimentos destinados a quem deseja rentabilidade superior à média da renda fixa. No entanto, o investidor precisa estar disposto a assumir mais riscos, pois ambos os fundos investem em ativos e instrumentos financeiros voláteis, como ações, moedas estrangeiras, derivativos, índices e taxas, e assim por diante.
Pelo fato de investir, no mínimo, um terço de seu patrimônio em títulos de empresas, os fundos de ações proporcionam bons rendimentos quando a bolsa está em alta. Por sua vez, os fundos multimercados proporcionam maior diversificação, à medida que o gestor é livre para selecionar os ativos do portfólio como desejar. Além disso, dependendo do fundo multimercado, é possível atenuar o risco-país do investimento, caso haja algum ativo externo na sua composição. Portanto, a escolha dependerá do momento da economia e do objetivo de cada investidor.
Se você deseja saber mais sobre fundos de investimentos, e o que deve analisar para fazer a escolha correta, dê uma olhada nos artigos abaixo!