Fundo de investimento em direitos creditórios (ou FIDC) é um tipo de investimento não tão falado, mas que vale a pena conhecer. O nome é fundo de investimento, mas ele é considerado renda fixa. Mas, como funciona? Será que vale a pena? Este post é sobre isso!
Tópicos que vou abordar no post:
1. O que são direitos creditórios?
2. O que é FIDC?
3. Vale a pena investir?
Vamos lá?
1. O que são direitos creditórios?
De uma forma bem simples e direta, direitos creditórios são dívidas a serem recebidas. Sim, só isso.
Como nome já diz: é o DIREITO de receber um CRÉDITO. É o direito de receber dinheiro que tem origem em alguma dívida – seja de operações imobiliárias, comerciais, investimentos ou qualquer outra.
Se existe um crédito, existe alguém que tomou esse crédito. E esse “alguém” pode ser tanto pessoas físicas como jurídicas (empresas).
“E de onde vem essa dívida?” Alguns exemplos:
- Aluguéis;
- Hipotecas;
- Prestação de serviços;
- Duplicatas;
- Cheques;
- Entre outros.
Vale dizer que, quando esse direito vem do governo, torna-se um precatório. Mas isso pode ser tema para outro post 😉
2. O que é FIDC?
Para trazer isso para o mundo dos investimentos, precisamos entender que existem algumas pessoas que vendem direitos creditórios para outras pessoas.
E por que elas fazem isso? Porque elas podem vender essa dívida com o intuito de ter dinheiro em caixa mais rapidamente. E quem compra essa dívida? O investidor.
O investidor vai lá, compra uma dívida por um valor menor do que o total devido, o vendedor sai feliz porque conseguiu seu dinheiro rapidamente e, para o devedor, nada mudou.
Dessa forma, os pagamentos do devedor passam a ir diretamente para o investidor. E, assim, o investidor ganha dinheiro.
É aí que chegamos na explicação sobre FIDC.
Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios são condomínios de investidores que se reuniram para, juntos, investirem em direitos creditórios.
Esse tipo de fundo é gerido e administrado por uma instituição financeira. Ou seja, a empresa que faz toda a gestão de quais direitos creditórios vai comprar para montar o portfólio do fundo.
Alguns pontos importantes que você precisa saber sobre os FIDCs:
- São um investimento de renda fixa;
- NÃO são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
- São EXCLUSIVOS para investidores qualificados ou profissionais;
- Precisam ter 50% do seu respectivo patrimônio líquido para investimentos em direitos creditórios;
- Investimento mínimo é de R$ 25 mil;
- As cotas compradas pelo investidor podem ser sêniores (pode ser resgatada no mesmo dia do término da carência) ou subordinadas (só podem ser resgatadas no prazo final);
- Possuem baixa liquidez;
- A rentabilidade, normalmente, é calculada de acordo com o CDI – mas também pode usar o IPCA ou a SELIC;
- Seguem a tributação da tabela regressiva de imposto de renda (quanto mais tempo investido, menos impostos).
3. Vale a pena investir?
Como você deve ter percebido, os FIDCs são bem restritos. Eles só podem ser acessados por investidores qualificados (mais de R$ 1 milhão investido) ou por investidores profissionais que são cadastrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Só com essas informações, já posso te dizer que a maioria dos investidores pessoa física não pode aplicar seu dinheiro em um fundo de investimento em direitos creditórios. O que já dificulta muito, né?
Mas, se você se encaixa nas restrições e é um investidor qualificado para comprar cotas de um FIDC, é um investimento que vale a pena ficar de olho.
Por ser considerado renda fixa, você consegue ter uma boa noção de qual será a sua rentabilidade com o investimento. Normalmente, a taxa é acordada e definida logo no momento do investimento. Ou seja, pode ser uma opção mais segura do que renda variável.
No entanto, vale lembrar que estamos falando de créditos – mais precisamente, de direitos creditórios. Quando falamos de dívidas, precisamos saber que é algo arriscado.
A conclusão aqui é que investir uma parte do seu patrimônio em FIDCs pode ser, sim, uma boa oportunidade para encontrar uma boa rentabilidade em renda fixa e diversificar a sua carteira.
Mas, fique atento aos riscos! E só invista em produtos que você conhece e que façam sentido para a sua estratégia financeira.