No mercado de capitais, as empresas possuem diferentes formas de captar recursos, e uma delas é o follow on de ações.
Neste artigo, nós vamos explicar como funciona essa captação de recursos, e de que forma ela pode acontecer. Portanto, se você quiser saber se vale a pena entrar em um follow on de ações, continue a leitura e descubra a seguir!
O que é follow on de ações
Também conhecido como oferta subsequente, o follow on de ações acontece quando uma empresa que já está na bolsa (ou seja, já fez o IPO) emite novas ações para colocar no mercado.
Esse processo pode acontecer de duas formas: por meio de uma oferta primária ou uma oferta secundária de ações. Entender como funciona cada uma delas ajuda a decidir se vale a pena ou não entrar em um follow on, conforme explicaremos a seguir.
Oferta primária de ações
Quando a empresa emite novas ações, e o valor desses títulos vai para o seu caixa, essa oferta pública é classificada como primária.
O objetivo de uma oferta primária é conquistar novos acionistas que invistam na própria atividade da empresa. Esses recursos, que vão para o caixa da companhia, são utilizados para diversos fins, como expansão dos negócios, aumento da capacidade de produção, investimento em tecnologia, ou mesmo para reforço de caixa e pagamento de dívidas, por exemplo. Seja qual for sua destinação, na oferta primária o dinheiro deve ser utilizado dentro da própria empresa.
Oferta secundária de ações
Já quando a oferta pública não envolve a emissão de novos títulos, ela é chamada de secundária.
Isso acontece quando os sócios decidem reduzir a sua participação no negócio e colocam à venda no mercado apenas as ações que já existem. Nesse caso, o dinheiro das ações comercializadas vai para os sócios, e não para o caixa das empresas.
Ou seja, na oferta secundária não há um aumento de investidores. Isso porque os papéis simplesmente trocam de mãos, pois apenas são vendidos de um acionista para outro.
Diariamente, milhares de acionistas vendem os seus títulos no mercado secundário da bolsa. No entanto, quando uma venda for de valor relevante, ela deve ser feita via follow on, caso contrário poderá distorcer os preços no mercado secundário.
Imagine que um acionista majoritário ou com participação expressiva em uma empresa deseje vender as suas ações. Se ele fizer isso no mercado secundário, em um dia comum de operações na bolsa, haverá um volume de ações muito maior do que investidores interessados. Dessa forma, a falta de compradores causará uma queda acentuada no preço dos títulos, o que afetará negativamente a companhia.
Ou seja, enquanto na oferta primária os recursos captados são investidos na própria empresa, na oferta secundária o dinheiro vai direto para o acionista. Essa é a grande diferença entre as duas modalidades.
Formas de fazer o follow on de ações
Além das modalidades de oferta primária e secundária, o follow on pode diferir também em relação ao público para o qual se destina. Nesse sentido, ele pode ocorrer com oferta pública ou restrita, conforme veremos a seguir.
Oferta pública
Como o próprio nome sugere, no follow on com oferta pública as ações são destinadas a todos os investidores que desejarem participar do processo.
Pelo fato de ser aberta ao público em geral, a oferta pública no follow on deve seguir as mesmas regras de um IPO. Ou seja, é preciso que o processo seja submetido à validação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao trâmite burocrático da B3, de acordo com a Instrução CVM 400.
Nesse caso, a companhia deve disponibilizar para o público informações como quantidade e tipo de ações ofertadas, preço dos títulos, bancos coordenadores do processo, entre outras.
Oferta restrita
Já o follow on de oferta restrita é exclusivo para investidores qualificados, ou seja, determinados fundos de investimentos e pessoas físicas e jurídicas que possuam mais de R$ 1 milhão investidos no mercado.
Esse tipo de oferta é regido pela Instrução CVM 476, e não é tão burocrática quando a oferta pública. Uma das exigências da CVM é a limitação do número de investidores (somente 50 podem adquirir as ações negociadas).
E vale a pena investir em um follow on de ações?
Para responder a essa pergunta, há duas considerações importantes a serem feitas.
A primeira delas é sobre o tipo de follow on que a empresa está realizando. Como vimos, os recursos tanto podem ir para o seu caixa quanto para pagar o acionista que deseja se desfazer de sua participação. Normalmente, quando se pensa em investir em uma empresa, a ideia é colocar dinheiro no negócio, e não no bolso dos sócios, certo? Por isso, faz toda diferença saber se a oferta do follow on é primária ou secundária.
No entanto, aqui entra a segunda consideração importante. Digamos que uma empresa realize uma oferta totalmente secundária, para pagar o sócio fundador que decidiu se aposentar e sair do negócio. Por si só, esse fato não pode ser visto como algo ruim, se, logicamente, a empresa tiver bons fundamentos e estiver bem preparada em termos sucessórios para lidar com a ausência do sócio fundador.
Perceba que, para investir em uma empresa, há diversos fatores a serem analisados. No caso do follow on, mesmo que o dinheiro, eventualmente, não vá direto para o caixa da companhia, pode ser uma boa oportunidade de investimento.
Aqui no Yubb, nós já falamos bastante sobre a importância de analisar as empresas da forma mais completa possível antes de escolher ações para investir. Quanto mais indicadores financeiros e informações sobre o mercado você tiver, mais chances terá de fazer boas escolhas.
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