Em ano de eleições, é natural nos depararmos com certa instabilidade no mercado. Diversos fatores como taxa de desemprego, bolsa de valores, taxa de câmbio, dinâmica de investimentos, consumo, entre outros, podem ser afetados com as incertezas políticas. Além disso, o mercado financeiro é influenciado por especulações e estatísticas que geram um maior receio para investidores e empresários nesses momentos de grandes mudanças.
Por que o ano eleitoral gera tantas incertezas?
Cada candidato provoca uma reação no setor financeiro, de acordo com suas propostas. Por exemplo: se forem apresentadas medidas mais conservadoras, o mercado pode reagir de uma certa maneira. Já se forem apresentadas ações mais liberais, provavelmente irá reagir de outra forma. Desta forma, tanto investidores quanto empresários podem preferir se resguardar durante esse período, e isso acaba gerando uma menor produtividade das empresas, além do aumento da taxa de desemprego.
A taxa de câmbio e o Ibovespa – índice do mercado de ações – também podem sofrer com as eleições, pois oscilam de acordo com as pesquisas eleitorais. Considerando as propostas dos candidatos, o dólar pode subir ou cair, afetando o comércio, compradores e vendedores da moeda. Já na bolsa de valores, quando os investidores pagam um valor maior por determinado ativo, os preços podem subir. Mas, se a maioria resolver vender suas posições e a oferta superar a demanda, os preços tendem a cair. Desta forma, as alterações e incertezas no âmbito político podem gerar a valorização ou desvalorização de certas empresas, resultando em maiores variações na bolsa. É a chamada volatilidade.
Vale ressaltar também que, com o aumento da potencial vitória de um candidato “indesejado” pelo mercado, o financiamento da dívida pública se torna mais caro, e isso afeta as contas do governo. Esse possível déficit pode prejudicar os investimentos no setor de educação e saúde, por exemplo. Quanto maior for a disputa pela Presidência, maior será a incerteza sobre o mercado e, por isso, o número de investidores pode encolher.
Outro fator importante se refere à situação dos recursos que entram no país. As chamadas agências de classificação de risco são responsáveis por atribuir notas a governos, empresas, instituições e bancos, classificando todos os riscos, prejuízos e benefícios para o investidor. Essas agências avaliam o país no cenário eleitoral, podendo ou não alterar a nota do país, o que acaba influenciando o ingresso de capital. Com isso, é normal as variações provocarem dúvidas nos investidores e consumidores, fazendo com que o mercado desacelere.
O que fazer nesses momentos?
Planejar-se financeiramente para um ano de eleições é o mais recomendado, pois podem ocorrer muitas variações no mercado. Montar uma carteira de investimentos equilibrada e diversificada, de acordo com o perfil investidor, já é uma forma de proteção. Eventos inesperados podem ocorrer e gerar alterações nos preços dos ativos no curto prazo, mas, por outro lado, o tempo pode recompensar com maiores retornos.
Por fim, vale ressaltar a importância do voto consciente. Pesquisar sobre os candidatos e se informar sobre os acontecimentos políticos pode ser muito mais relevante do que se imagina. Esses períodos são marcados por transformações, e superar essas oscilações faz parte do processo da reestruturação política. É muito importante que todos exerçam o papel como cidadãos e votem de forma consciente, considerando um candidato que apresente um bom plano de governo, que seja favorável à população.
Entendeu por que as eleições podem influenciar a economia do país e o seu bolso? Se tiver qualquer dúvida, deixe aqui embaixo!
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Eduarda Macedo
Eduarda Macedo, formada em jornalismo pela PUC-RJ, é redatora publicitária (estagiária) da Órama Investimentos.
As opiniões expostas neste artigo são baseadas na visão do autor e não necessariamente refletem o entendimento do Yubb.