Se você investe em ações ou em outros ativos de renda variável, é natural que fique apreensivo com o sobe e desce da bolsa. E, em momentos de instabilidade econômica, as oscilações dos investimentos costumam ser ainda mais fortes. Por isso, investir com o mercado em queda é algo que passa longe dos planos de muitos que têm algum dinheiro aplicado.

Nessas horas, muita gente entra em pânico e acaba migrando todo o investimento para a renda fixa. No entanto, isso não garante a rentabilidade que você deseja para a sua carteira. Ao contrário: dependendo do momento, a pior decisão pode ser sair da renda variável.

Investir quando o mercado está em baixa pode, sim, trazer bons resultados. Para entender como isso acontece, continue a leitura a seguir!

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Vale a pena investir com o mercado em queda?

Pode parecer contraditório, mas quem tem algum capital disponível consegue encontrar boas oportunidades quando o mercado está em baixa. Isso acontece porque, em momentos de queda do mercado, há um descolamento entre o preço e o valor de muitos ativos.

Para entender isso, primeiro é preciso conhecer a diferença entre os conceitos de preço e valor. Quando falamos em preço, estamos nos referindo, literalmente, a quanto custa determinado ativo. No caso das ações, por exemplo, o preço nada mais é do que a cotação dos papeis na bolsa.

Por outro lado, quando falamos em valor, o que está em jogo é o potencial de geração de resultados de determinado ativo. E é justamente esse aspecto que o investidor precisa analisar para fazer bons negócios.

Novamente tomando ações como exemplo, um bom momento para adquiri-las é quando o seu preço está abaixo do seu valor. Você pode estar se perguntando: e como identificar esse momento? Afinal, como saber o que realmente vale uma ação? Esse é o nosso próximo tópico, acompanhe!

Como saber o melhor momento de adquirir uma ação?

Uma das melhores formas de investir com o mercado em queda é utilizar o value investing para avaliar os ativos. Essa é uma estratégia utilizada por grandes investidores, e tornou-se mais famosa mundialmente por estar associada a Warren Buffett, o megainvestidor que tem foco no longo prazo.

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Basicamente, o value investing busca encontrar ações descontadas para investir, ou seja, papéis abaixo do valor intrínseco. Por sua vez, o valor intrínseco de uma companhia representa o quanto ela realmente vale, levando em consideração os seus fundamentos e as perspectivas do mercado.

Embora associada a Warren Buffett, a estratégia do value investing foi desenvolvida por Benjamin Graham, que também era investidor e grande analista financeiro. De acordo com Graham, para investir em boas ações, não basta observar somente as oscilações de seus preços. Além disso, é preciso também conhecer os fundamentos da empresa, pois, só dessa forma, é que se conseguirá saber se elas realmente estão mais baratas do que valem.

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Quais os princípios do value investing?

Quando utiliza essa estratégia, o investidor precisa conhecer e analisar diversas variáveis relativas à empresa e ao seu mercado. Mas, apesar de não haver uma regra única para o value investing, podemos listar quatro princípios básicos para a análise de uma ação, os quais veremos a seguir.

1 – Procurar boas empresas

De forma geral, o foco do value investing é a qualidade das empresas. Por isso, o principal é investir em companhias das quais você se imagine sócio daqui a alguns anos.

Há uma exceção a essa regra, chamada deep value investing. Trata-se de uma subcategoria da estratégia que dá preferência ao preço das ações e não aos seus fundamentos. Nesse caso, como o foco são ações baratas, muitas vezes se investe em empresas até mesmo à beira do fechamento. É possível ter lucro dessa forma, mas com muito mais risco.

2 – Saber analisar essas empresas

Outro ponto importante é saber analisar os indicadores financeiros e macroeconômicos das empresas. Ou seja, entender os fundamentos da companhia e conhecer as variáveis de mercado que impactam o negócio.

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3 – Ter confiança no negócio da empresa

Além de escolher boas empresas e saber analisá-las, é preciso também conhecer o negócio e entender o desempenho da companhia no mercado. Quais suas vantagens competitivas? Quais suas fragilidades? A companhia tem governança corporativa? Qual a experiência dos acionistas e diretores no negócio? Responder a essas perguntas dará mais segurança na hora de investir.

4 – Ter visão de longo prazo para o investimento

Por fim, o horizonte de longo prazo é fundamental para a estratégia de value investing. Na renda variável, há sempre volatilidade e, dependendo do tipo de empresa, as oscilações são ainda maiores. Por exemplo, se você investe em companhias mais consolidadas (as blue chips), essa volatilidade tende a ser bem menor. Mas se o seu foco são ações de alto potencial de valorização (as small caps), precisa estar preparado para o sobe e desce do mercado, e os ciclos fazem parte da economia.

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E como lidar com os altos e baixos do mercado?

Até aqui, entendemos que o mercado em baixa pode trazer boas oportunidades, certo? Mas, para quem já tem uma carteira formada, é importante também saber como agir nesses momentos de queda dos ativos

Nesse sentido, a diversificação do portfólio é uma das melhores estratégias para mitigar o risco dos investimentos, e isso pode ser feito de diferentes formas. Por exemplo, investir em ativos de correlação negativa (como ações e ativos dolarizados, por exemplo) é uma boa estratégia de diversificação. Teoricamente, quando a bolsa sobe, o dólar tende a cair, e vice-versa.

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