Se por um lado a volatilidade dos criptoativos ainda assusta até mesmo investidores mais experientes, por outro, é cada vez maior o número de produtos financeiros voltados ao mercado dos ativos virtuais.

Alguns exemplos são os ETFs de criptomoedas, já disponíveis na bolsa brasileira. E as novidades não param por aí, pois já existe até fundo de previdência de criptomoedas no mercado brasileiro.

É isso mesmo! Em junho deste ano, A XP Seguros lançou o Hashdex Criptoativos XP Seguros Prev FIC FIM, um fundo de gestão passiva com até 40% da carteira atrelada ao Hashdex Nasdaq Crypto Index. Ao que tudo indica, os criptoativos vieram para ficar e já se tornaram a nova tendência do mundo dos investimentos.

Criptomoeda para aposentadoria: será que é um bom investimento?

Existem diversos fatores a serem avaliados para que se possa responder a essa pergunta. Para que o investidor comece a analisar o assunto, é importante conhecer bem as características desses ativos. A seguir, confira algumas delas.

Descentralização

Diferentemente das moedas oficiais dos países (chamadas de moedas fiduciárias), as criptomoedas não possuem uma entidade oficial responsável por sua emissão e regulamentação. Isso confere mais autonomia aos usuários, já que as transações passam a ser realizadas sem intermediários, o que, inclusive, barateia o seu custo em muitos casos.

Risco de fraudes

Por outro lado, o fato de não existir nenhum ente regulatório torna o investimento muito mais arriscado. Se a sua conta corrente for invadida por hackers ou o seu cartão de crédito for clonado, o banco e a operadora do cartão se responsabilizarão pelo seu prejuízo. Porém, se isso acontecer com a sua conta na exchange, você não terá a quem recorrer para ressarcimento do prejuízo.

No final de julho deste ano, a CNN mostrou uma fraude sofrida por um aposentado, que perdeu 250 mil libras (cerca de R$ 1,8 milhão) em transações com criptomoedas. É fato que a quantidade de fraudes financeiras cresce a cada dia, agora imagine só quando elas envolvem criptoativos! Nessas situações, o prejuízo é sempre irreversível.

Reserva de valor

Muitas criptomoedas possuem a sua escassez garantida. O whitepaper do bitcoin, por exemplo, determina que haverá somente 21 milhões de unidades da moeda em circulação no mundo.

Uma vez que essa escassez é determinada, a criptomoeda se torna um ativo deflacionário, ou seja, protegido da inflação. Como não há risco de que ela circule em excesso, ela não perde valor em virtude da abundância.

É claro que somente a escassez não garante que o ativo não irá se desvalorizar, pois poderão ocorrer outros eventos que levem à sua deterioração.

Descorrelação com o mercado

Quando um ativo possui descorrelação com o mercado, significa que a sua performance não está sujeita a variáveis econômicas, como taxa de juros, inflação, nível de emprego, entre outras. É como se esses ativos fossem blindados da “economia real”, o que, de certa forma, é vantajoso quando temos, por exemplo, um cenário de inflação alta como o que vivemos hoje.

Ou seja, por mais que a inflação suba, isso não afetará o valor da maioria das criptomoedas, que não são lastreadas em moedas fiduciarias. Isso contribui para o potencial de reserva de valor desses ativos.

Volatilidade

Com exceção das stablecoins lastreadas em moedas fiduciárias, as demais criptomoedas possuem altíssima volatilidade. Por isso, são indicadas apenas para investidores mais arrojados, ou seja, que possuem maior tolerância a riscos.

Outras opções de investimentos para a aposentadoria

É fato que as criptomoedas revolucionaram o sistema financeiro e os investimentos no mundo inteiro. Há muitos relatos de pessoas que começaram a investir nesses ativos logo que surgiram e conseguiram multiplicar muitas vezes o seu patrimônio. No entanto, também existem histórias de grandes perdas.

Por isso, apesar do grande potencial de valorização e da proposta disruptiva, é muito arriscado contar somente com as criptomoedas para formar reservas para o futuro. Aqui no Yubb, nós já falamos algumas vezes sobre a importância da diversificação dos investimentos, e isso vale também para as reservas da aposentadoria. Nada impede que você comece a comprar, aos poucos, criptomoedas com vistas ao longo prazo. Porém, é importante montar uma carteira equilibrada e diversificada, para equilibrar o risco e aumentar as chances de rentabilidade.

A seguir, veja algumas alternativas interessantes de investimentos para a aposentadoria:

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é o investimento mais seguro do mercado, pois é garantido pelo próprio governo federal. Além disso, há uma modalidade entre esses títulos (o Tesouro IPCA+) bastante indicada para o longo prazo, principalmente em períodos de inflação em alta, como o que vivemos hoje. Por isso, ele é uma boa opção para a aposentadoria, pois garante a manutenção do poder de compra do dinheiro mesmo com a alta dos preços.

LCI e LCA

As letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA) também são opções interessantes e conservadoras para a aposentadoria. Assim como os CDBs, esses títulos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito, e ainda possuem o benefício de isenção do Imposto de Renda.

Fundos imobiliários (FIIs)

Se você tem mais apetite para o risco, pode avaliar ter fundos imobiliários (FIIs) na sua carteira. Com a pandemia, muitos desses fundos ainda estão bastante descontados, em função da vacância de prédios comerciais. Por isso, há chances de se encontrar boas opções de FIIs atualmente, inclusive pagadores de dividendos.

Ativos internacionais

Diversificar a carteira em ativos internacionais é uma boa estratégia para atenuar o risco-país dos investimentos. E na própria bolsa de valores há opções interessantes atreladas a moedas e índices estrangeiros, como os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e os ETFs (Exchange Traded Funds).

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