Se você já investe, ou está pensando em investir em ações, já deve saber que a valorização dos títulos não é a única forma de lucrar com esses ativos.
Periodicamente, as companhias distribuem os seus lucros aos acionistas, e isso pode ser feito de diferentes formas. A seguir, conheceremos as quatro maneiras mais usuais que os investidores têm de receber os lucros das empresas. Continue a leitura e confira.
Antes de mais nada, gostaríamos de relembrar coisas importantes que já falamos aqui no blog. Embora a distribuição de lucros seja um grande atrativo para os investidores, ela não deve ser o único fator a ser avaliado na hora de escolher uma ação. Ao contrário, em algumas situações a empresa pode justamente acenar com distribuição de lucros para encobrir alguma fragilidade financeira. Por isso, é sempre importante utilizar indicadores financeiros para avaliar as empresas, e desconfiar da distribuição de lucros muito acima do que o mercado pratica.
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Dito isso, conheça agora as quatro formas mais conhecidas de receber os resultados das empresas.
Dividendos
Possivelmente, os dividendos sejam a forma mais conhecida de recebimento do lucro das empresas por parte dos acionistas.
Periodicamente, as companhias distribuem parte do seu lucro aos seus investidores, de forma proporcional à quantidade de ações que cada um deles possui. Esse pagamento já é deduzido dos impostos, ou seja, ao receber dividendos, o investidor não precisa recolher nenhum tributo sobre o provento.
A Lei das Sociedades por ações, que rege o funcionamento dessas companhias e as suas relações com investidores, determina um pagamento obrigatório de dividendos. A maioria das empresas paga 25% de dividendos sobre o lucro líquido do exercício. No entanto, esse valor não é fixo, e vai depender do que consta no estatuto da companhia. Caso não esteja explícito o valor no estatuto, o dividendo obrigatório deverá ser de 50% do lucro líquido do exercício.
É importante saber que, mesmo que tenham lucro, nem todas as empresas no Brasil estão obrigadas a pagar dividendos. Nesse sentido, se a companhia informa aos acionistas em assembleia e comprova que não tem condições financeiras de distribuir lucros, ela está liberada dessa obrigação.
Juros sobre capital próprio
Os juros sobre capital próprio (JCP) também são uma forma que o investidor tem de receber os lucros da empresa. Nesse sentido, eles são bem parecidos com os dividendos. A diferença é, basicamente, o aspecto contábil e a base de cálculo da operação.
Enquanto os dividendos são calculados sobre o lucro líquido, os JCP correspondem a um percentual do patrimônio líquido da companhia. Nesse caso, eles são calculados antes de a empresa apurar o seu lucro líquido.
Contabilmente, os JCP correspondem a uma despesa no Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) da companhia. Uma das vantagens que a empresa tem de distribuir lucros dessa forma é justamente reduzir o seu lucro líquido. Ou seja, ao registrar uma despesa com JCP, a empresa consegue reduzir a sua base de tributação de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Diferentemente dos dividendos, nos JCP a empresa não retém os impostos, pois eles são considerados uma despesa. Por isso, o investidor precisa fazer o recolhimento de 15% de IR quando recebe esse provento.
Bonificação
Nem todo o lucro das empresas é distribuído aos investidores. Ao contrário, uma boa parte deles a empresa direciona para uma conta de “reservas”, que ela utilizará para outras finalidades, ou deixará guardada para decidir posteriormente o que fazer com os recursos.
Muitas vezes, a empresa decide distribuir parte dessas reservas acumuladas ao longo dos anos. Essa distribuição se chama bonificação, e é distribuída na mesma proporção da participação que o investidor já possui.
A bonificação tanto pode ser distribuída em dinheiro quanto em novas ações da empresa. Não se trata de um fenômeno frequente, pois normalmente acontece quando há um aumento considerável das reservas do patrimônio líquido.
Por isso, ela é algo bem visto pelos investidores e pelo mercado de forma geral, pois mostra que a empresa conseguiu acumular resultados positivos ao longo dos exercícios
Direitos de subscrição
Os direitos de subscrição também são uma forma de receber proventos das empresas. Eles acontecem quando a companhia lança novas ações no mercado, com a intenção de aumentar a sua base de investidores.
No entanto, antes de oferecer as ações a novos investidores, as empresas precisam dar o direito de compra desses títulos aos atuais acionistas. Por sua vez, esses acionistas terão o direito de subscrever novas ações na proporção que já possuem.
O direito de subscrição serve para que o acionista possa manter o percentual de participação que possui na empresa. Isso é importante, pois a entrada de novos investidores fará com que a participação dos antigos fique diluída, e isso terá impacto nos dividendos que eles recebem.
No entanto, o atual acionista não é obrigado a exercer esse direito. Caso ele opte por não exercê-lo, poderá vender o direito de subscrição a algum investidor interessado nas ações da empresa.
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