“Não ponha todos os ovos na mesma cesta” é um conselho clássico quando se fala em aplicações financeiras. Essa ideia também está relacionada à necessidade de diversificar investimentos. Mas você sabe, na prática, como fazer uma boa diversificação?
Você já deve ter visto algo sobre diversificação ao pesquisar maneiras de investir o seu dinheiro. E, provavelmente, deve ter entendido que diversificar investimentos é necessário para obter uma rentabilidade maior em suas aplicações.
Essa ideia está correta, mas diversificação não é só isso. É também uma espécie de “seguro contra imprevistos”. A seguir, vamos analisar a sua importância para o sucesso nos investimentos e quais são as principais formas de diversificar.
Por que é importante diversificar investimentos?
Imagine que você trabalha em uma empresa com ações negociadas na bolsa de valores. Com o seu salário, você consegue ter uma vida confortável e ainda investir regularmente.
Diante das diversas opções de aplicações que existem no mercado, você se depara com uma oportunidade de investir nas ações da empresa em que trabalha. Qual seria a sua decisão?
Você pode até argumentar: “Depende da situação da empresa. Se eu souber que ela está mal das pernas, é claro que não vou investir. Mas se ela estiver bem, por que não?”
Existem estudos científicos que mostram que pessoas que trabalham em uma companhia são mais propensas a investir nas ações dessa mesma empresa.
Porém, do ponto de vista da diversificação, há um detalhe importante que passou batido: se essa empresa quebrasse do dia para a noite, o funcionário acionista ficaria sem salário e, para completar, suas ações virariam pó.
Esse é um exemplo de como a diversificação protege contra imprevistos. Afinal, ainda que um investidor possa ter ações da empresa em que trabalha, é fundamental que esse não seja seu único tipo de investimento.
Portanto, a diversificação é importante para equilibrar uma carteira de investimentos. Por meio dela, é possível obter uma rentabilidade melhor e, ao mesmo tempo, reduzir os riscos das aplicações financeiras.
Montando a carteira ideal
Agora que você já conhece os princípios da diversificação, é hora de refletir sobre como montar uma carteira de investimentos ideal para seus objetivos.
Antes de fazer qualquer aplicação, é muito importante saber que tipo de investidor você é. Para isso, entenda seu fluxo de caixa: quanto dinheiro você recebe, quanto gasta e quanto investe?
Depois, defina suas metas ao investir e estude quais são as alternativas para alcançá-las. Um exemplo: de quanto você precisa para dar entrada na casa própria? Ou quanto você deve juntar para ter uma aposentadoria confortável?
A próxima etapa é definir qual fatia de suas economias você deve guardar para alguma emergência e o quanto pode aplicar para atingir o seu objetivo. Provavelmente, seu perfil de investidor vai se encaixar em uma dessas três categorias:
- Conservador;
- Moderado;
- Arrojado ou agressivo.
Saber qual é seu perfil de investidor e definir seus objetivos financeiros são os dois passos mais importantes para montar qualquer estratégia de investimentos. Tendo essas informações em mente, é hora de saber como colocar a diversificação em prática.
Principais maneiras de diversificar investimentos
Agora que já falamos sobre a essência do conceito de diversificação, vamos entender como colocar essas ideias em prática. Existem, basicamente, três formas de diversificar investimentos.
1) Diversificação por classes de ativos
As aplicações financeiras se dividem em duas grandes famílias: renda fixa e renda variável. Também há quem considere os fundos de investimento uma terceira família, mas não vamos falar sobre eles agora. Dentro dessas famílias existem diferentes classes de ativos. São elas:
Renda fixa:
- Títulos públicos (emitidos pelo governo);
- Títulos privados (emitidos por empresas, como CDB, LCI, LCA, debêntures, etc.);
- Fundos de renda fixa.
Renda variável:
- Ações;
- Derivativos (opções, termo, futuro, etc.);
- Fundos de renda variável (fundos de ações, ETFs, fundos imobiliários).
Há ainda as aplicações que mesclam diferentes classes de ativos e até investimentos de diferentes famílias, como os planos de previdência (PGBL e VGBL) e os fundos multimercado.
Cada um desses tipos de investimento tem características próprias e servem a diferentes perfis de investidor.
De acordo com os princípios da diversificação, é recomendável ter mais de um deles em uma carteira de investimentos, sempre respeitando a tolerância ao risco de quem está investindo.
2) Diversificação por níveis de risco
Da mesma forma como existem diferentes classes de ativos financeiros, há também diversos níveis de risco.
Os níveis de risco levam em conta o perfil do investidor, ou seja, o quanto a pessoa está disposta a tolerar a volatilidade nos seus investimentos. Esses níveis são:
- Baixo risco;
- Moderado;
- Alto risco.
Um investimento pode, por exemplo, ser voltado para quem quer ter a segurança de receber o seu dinheiro no futuro, sem perdas, ainda que a rentabilidade seja menor. Outro pode render um pouco mais, mas oferecer algum risco de perda do valor investido (ou seja, maior volatilidade).
3) Diversificação por prazos
Busque investir considerando objetivos de curto, médio e longo prazos. Dessa forma, você poderá separar de forma mais eficiente qual parte de sua renda será destinada a cada um dos seus objetivos.
A liquidez de um investimento também determina a sua rentabilidade. Aplicações mais fáceis de serem resgatadas geralmente rendem menos do que aquelas que exigem que o dinheiro permaneça aplicado por mais tempo.
Assim, o ideal é ter aplicações com diferentes prazos de vencimento para ter possibilidade de rendimentos melhores, mas sem correr o risco de ficar descoberto em caso de alguma emergência.
Lembrando que, se você quiser poupar todo esse trabalho, a tecnologia pode ajudar. Hoje em dia já é possível delegar seus investimentos a um robô advisor, como a Magnetis. O robô monta uma carteira de aplicações considerando seu perfil e seus objetivos financeiros de forma automática. E o melhor: tudo com apenas alguns cliques!
Aprendeu como diversificar os seus investimentos? Tem mais alguma dúvida sobre o assunto? Deixe aqui nos comentários!
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Luciano Tavares é fundador e CEO da Magnetis. Administrador de carteiras credenciado pela CVM e planejador financeiro CFP ®, tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.
As opiniões expostas neste artigo são baseadas na visão do autor e não necessariamente refletem o entendimento do Yubb.