No mercado de renda variável – e isso inclui as criptomoedas – a análise gráfica ou técnica é uma ferramenta que auxilia o investidor a encontrar os melhores momentos para negociar os ativos. Nesse sentido, existem diversos indicadores que podem facilitar a vida de investidores e traders na decisão de investimento.

Neste conteúdo, separamos quatro indicadores da análise gráfica que estão entre os mais utilizados por quem investe em renda variável. Se você pretende dar os primeiros passos no universo cripto, ou se já investe nesses ativos e está em busca de mais conhecimento, continue a leitura e conheça esses indicadores!

4 indicadores da análise gráfica em criptomoedas

1 – Média Móvel

Pela sua facilidade de uso e interpretação, a média móvel é um dos indicadores mais utilizados pelo mercado na análise técnica. 

O seu cálculo consiste em encontrar a média de preço de um ativo considerando os seus preços anteriores, em intervalos que podem ser de curto ou longo prazo. Nesse sentido, utiliza-se o termo “móvel” justamente por causa da renovação contínua dos dados, sempre calculados com base nos valores mais recentes.

Quando conhecemos o preço médio de um ativo, conseguimos analisar os melhores preços para compra e venda observando a inclinação da curva do gráfico. Por isso, a média móvel é um indicador importante para o mercado de criptomoedas.

Em outras palavras, por mais revolucionário que um projeto de criptomoeda possa ser, o preço do ativo terá um limite para alta. Além disso, durante sua existência, haverá momentos de correções, ou seja, fases em que a cripto retorna a um preço mais baixo. Salvo algum problema grave, depois das correções, normalmente esses ativos retomam ou superam seus valores anteriores. Nesse sentido, a média móvel ajuda a entender a tendência dos preços logo após as correções.

2 – Bandas de Bollinger

Outro importante indicador da análise técnica são as Bandas de Bollinger, pois elas auxiliam a medir a volatilidade do ativo. E oscilações é algo que não falta no mercado de criptomoedas, certo?

Para entender esse indicador, é preciso primeiro conhecer o desvio-padrão, que mostra o quanto variou um ativo em determinado período. Por exemplo, suponha que, no mesmo período, os preços da criptomoeda A tenham variado R$ 100, e os da criptomoeda B, R$ 500. Nesse caso, o maior desvio-padrão é o da criptomoeda B. Quanto maior for o desvio-padrão, maior será a volatilidade do ativo em questão. Consequentemente, mais afastadas estarão as Bandas de Bollinger.

Mas na prática, o que isso significa? Mesmo em uma consolidação, ou seja, quando o preço do ativo está dentro de uma faixa, as máximas e mínimas desses preços são irregulares. Nesse sentido, as Bandas de Bollinger ajudam a entender qual o momento certo de entrar nos ativos, pois mostram pontos de “falsos rompimentos” de tendências. Dessa forma, pode-se observar partes superiores do gráfico nos quais houve rompimento da banda. Quando o movimento perder força, é chegado o momento de operar contra ele.

3 – Volume

O volume mostra o grau de interesse dos investidores no mercado de criptoativos. Basicamente, quando o volume de negociações é alto, fica mais fácil interpretar o movimento de determinada criptomoeda. Por outro lado, um volume baixo significa pouca liquidez para o ativo, o que não traz segurança para o mercado.

Para entender melhor como interpretar o volume, vejamos um exemplo de saída de consolidação para uma tendência de alta. Quando o mercado identifica o início dessa tendência de alta, quem deseja comprar começa a fazer as suas negociações. Já quem quer vender, segura a operação por mais tempo, justamente  para aguardar até onde poderá chegar o preço do ativo.

Na prática, o que ocorre é uma pressão do preço da criptomoeda para cima. Isso porque os compradores querem continuar adquirindo o ativo, o que influencia os vendedores a saírem de suas posições. Esse é o clássico Bull Market do mercado, ou seja, o momento em que os “touros” ganham e pressionam os “ursos” a venderem.

Perceba que o volume é um importante indicador complementar à tendência dos preços das criptomoedas. Ou seja, não adianta apenas identificar se os preços estão indo para cima ou para baixo em determinado momento. Além disso, é preciso também entender se há uma quantidade suficiente de investidores interessados no ativo. Caso contrário, a tendência possivelmente perderá a força e enfraquecerá o movimento dos preços.

4 – Índice de Força Relativa (IFR)

Assim como as Bandas de Bollinger, o Índice de Força Relativa também auxilia a medir a volatilidade do mercado de criptoativos. Ao medir a velocidade e a mudança dos movimentos dos preços, o IFR ajuda a entender se o mercado continuará na mesma tendência, ou se precisa tomar fôlego antes de definir se haverá alguma mudança de direção.

Esse índice é baseado nos preços de fechamento dos ativos e representado como um gráfico de linhas que se movimenta entre dois extremos. Quando o IFR está abaixo de 30, o mercado entende que ele está subavaliado. Já se o seu valor está acima de 70, é possível que o ativo esteja supervalorizado e que possa ocorrer uma reversão de tendência, ou seja, uma correção no seu preço.

Quem opera com criptomoedas, ou mesmo com outros ativos de renda variável e utiliza análise técnica, sabe que se deve evitar comprar em topos e vender em fundos. Nesse sentido, o IFR ajuda a confirmar essa afirmação, pois ele consegue demonstrar o quão esticados podem estar os topos e os fundos em uma tendência.

Por exemplo, se você está em dúvida sobre comprar uma criptomoeda e a tendência do ativo é de alta, é importante que acompanhe o IFR. Dependendo de seu valor, pode ser mais interessante aguardar uma reviravolta dos preços para fazer a compra.

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