Se você investe ou acompanha o mercado de capitais, certamente já ouviu falar sobre diferentes metodologias utilizadas para analisar os ativos. Entre as mais conhecidas, estão a análise técnica e a análise fundamentalista.

Quando falamos em criptomoedas, normalmente associamos a avaliação desses ativos está mais associada aos altos e baixos do mercado.  No entanto, a criptomoedas podem sim ser avaliadas com base nos fundamentos dos seus projetos, e é isso o que veremos a seguir.

Portanto, se você está pensando em investir em criptos, ou se já investe e quer saber como avaliar esses ativos para diversificar a sua carteira, continue a leitura e entenda como funciona a análise fundamentalista para criptomoedas.

O que é análise fundamentalista para criptomoedas?

Quando falamos em análise fundamentalista no mercado acionário, estamos nos referindo aos fatores intrínsecos à empresa que nos permitem entender o seu desempenho e projetar as suas perspectivas para o futuro. Por exemplo, histórico de vendas e de resultados, geração de caixa, nível de endividamento, retorno sobre o patrimônio líquido, governança corporativa, e assim por diante.

Além disso, a análise fundamentalista também considera aspectos ligados à macroeconomia. Nesse sentido, a evolução do PIB, inflação, taxa de juros, câmbio, tudo isso também impacta o desempenho das empresas.

Embora as criptomoedas sejam ativos completamente diferentes de ações, podemos analisá-las considerando aspectos fundamentalistas. Nesse caso, o foco não está somente nos movimentos dos preços ao longo do tempo registrados nos gráficos. É claro que essa evolução é importante, mas também precisamos conhecer o que está por trás de cada projeto e como cada ativo reage conforme as movimentações da economia. E é justamente disso que trata a análise fundamentalista nas criptomoedas.

E como fazer uma análise fundamentalista para criptomoedas?

À primeira vista, pode parecer estranho falarmos sobre fundamentos de ativos virtuais, não é mesmo? Pois saiba que não é difícil analisar as criptos sob aspectos fundamentalistas. O importante é determinar os pontos certos a serem considerados na análise, e acompanhar o mercado para entender se alguma nova notícia pode ter impactado um ou outro fundamento.

O portal Coinext elaborou um interessante checklist para ajudar na análise fundamentalista de criptoativos. A seguir, confira os sete pontos de atenção destacados pelo portal.

1 – Quem está por trás do projeto

Como sabemos, as criptomoedas fazem parte de um sistema DeFi, ou seja, não possuem nenhum ente regulador. No entanto, isso não é motivo para não darmos atenção a quem está envolvido no projeto.

Ao contrário, para fazer uma análise fundamentalista de criptomoedas, uma das coisas que você precisa saber é se há alguma empresa ou grupo de pessoas interessadas em manter o ativo no mercado de forma competitiva. Isso envolve o comprometimento dos desenvolvedores com atualizações e melhorias importantes para os usuários.

2 – Fase de implementação do projeto

Outro ponto a observar é se todo o projeto da criptomoeda está implementado e em funcionamento, ou se ainda existem etapas a desenvolver nesse sentido. Se sim, é importante saber qual a previsão para a conclusão dessas etapas e de que forma elas podem impactar o ativo. Nesse sentido, algumas atualizações podem contribuir muito para a valorização da criptomoeda.

3 – Funções da blockchain

Além dos investimentos, a blockchain pode ter outras funções e trazer inovações tecnológicas. Dependendo do caso, isso pode trazer efeitos relevantes para os usuários, e pode também afetar a criptomoeda no longo prazo.

Um exemplo citado pelo Coinext é a Stellar (XLM), que se destaca pela velocidade e acessibilidade nas transações internacionais. Dessa forma, a criptomoeda consegue impactar positivamente a vida de pequenas e médias empresas, que necessitam dessas transações mas não tinham acesso a elas por causa das altas taxas cobradas.

4 – Unidades da criptomoeda

A escassez do ativo no mercado é outro ponto importante a considerar na análise técnica de criptomoedas. Por exemplo, no caso do Bitcoin (BTC), sabemos que o projeto previu o limite de 21 milhões de unidades em circulação. Já a Dogecoin (DOGE), não tem um número limite de tokens que podem circular no mercado. Pelo fato de não ser escassa, a DOGE possivelmente não alcance valorização expressiva.

Portanto, é muito importante saber quantas unidades da criptomoeda podem estar (e já estão) em circulação.

5 – Concorrência

De tempos para cá, foram criadas diversas criptomoedas com funcionalidades semelhantes. Esse é mais um ponto importante a saber antes de investir nesses ativos, para saber se uma pode se tornar superior à outra em relação à tecnologia e aplicabilidades.

Por exemplo, a plataforma Ethereum (ETH) foi a pioneira na implementação e utilização dos contratos inteligentes. Justamente por isso, foi reconhecida como a segunda geração de criptomoedas, atrás do BTC, que é o expoente da primeira.

Porém, cada vez mais existem projetos criados com base nessa tecnologia. Nesse sentido, alguns apresentam diferenciações, mas outros operam de forma bem similar à Ethereum. Um dos exemplos mais conhecidos é a Cardano (ADA), considerada por muitos especialistas uma criptomoeda de terceira geração. Isso porque ela consegue reunir as funcionalidades da primeira e segunda geração das criptos e, ao mesmo tempo, ser mais adaptável em relação a melhorias.

Ou seja, aqui o principal é saber o que a concorrência oferece para saber se, de fato, existe lugar para todos os projetos no mercado.

6 – Processo de validação das transações

O processo de validação de transações é outro aspecto considerado na análise fundamentalista das criptomoedas, pois elas podem interferir no curso do ativo.

Um exemplo citado pelo Coinext é a EOS. A criptomoeda quis desenvolver seu próprio modelo de protocolo de consenso, integrando características do Prova de Trabalho (PoW) e do Prova de participação (PoS). Dessa forma, criou o Protocolo de Delegação por Participação (DPoS) e, com isso, conseguiu as taxas cobradas pelas transações feitas em sua blockchain.

7 – Estrutura interna de funcionamento

Por fim, compreender como funciona internamente a estrutura utilizada pelo blockchain faz com que o usuário possa se preparar para possíveis mudanças. Isso porque melhorias feitas na rede podem influenciar nas negociações da criptomoeda.

Por exemplo, saber se a plataforma oferece mais de um tipo de funcionalidade (como token nativo da blockchain e execução de contratos inteligentes, por exemplo). Se oferece, de que maneira essas funcionalidades coexistem, se interferem uma na outra, e assim por diante.

Esses são alguns dos aspectos importantes na hora de você aplicar a análise fundamentalista nas criptomoedas. Para saber mais sobre o assunto, conheça nossa seção cripto e dê uma olhada também nos links abaixo!

Quais são as principais criptomoedas do mundo? (yubb.com.br)

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