Quem costuma fazer periodicamente uma avaliação do planejamento financeiro, certamente já está pensando quais são os melhores investimentos para 2023.
Com a Selic ainda em um patamar elevado, a renda fixa continua atrativa. Porém, a expectativa de lucros crescentes faz com que haja boas expectativas também para a bolsa no próximo ano. Para lhe ajudar a entender o atual cenário e decidir o que fazer com o seu dinheiro, separamos neste conteúdo algumas opiniões de analistas sobre o que podemos esperar de 2023. Confira a seguir!
Cenário econômico para 2023: o que esperar?
Antes de mais nada, vejamos quais as expectativas para algumas importantes variáveis macroeconômicas. Acompanhe.
Juros, inflação e sucessão presidencial
Segundo especialistas, até que as propostas do novo governo fiquem mais claras, os juros deverão continuar elevados no próximo ano. Além disso, a alta dos preços de serviços é um fator que deve pressionar a inflação, o que também contribui para a Selic mais alta.
Em entrevista ao portal Valor Investe, Wilson Barcellos, presidente da Azimut Brasil Wealth Management, observou que, por aqui, o Banco Central acelerou o ciclo de alta dos juros em relação a outros países. Ou seja, enquanto outras economias começaram há pouco tempo a aumentar as taxas, o governo brasileiro já discute quanto pode começar a reduzir a Selic.
“Essa antecipação nos traz a possibilidade de reduzir a taxa Selic no próximo ano, enquanto os países ainda estão no meio do processo. Isso traz um pouco de otimismo em relação ao que podemos ver daqui para frente”, afirma Barcellos.
No entanto, ainda não se sabe exatamente quando o afrouxamento monetário deve acontecer, e nem com que velocidade será feito esse processo. De acordo com Barcellos, o mercado espera que o movimento de queda dos juros deverá iniciar já no primeiro trimestre de 2023. Porém, ele acredita que isso aconteça só no segundo semestre, por causa da transição de governo e das questões fiscais.
“Vai demorar um pouco mais para reduzir a taxa Selic, mas depois que começar vai ser mais rápido”, disse ao Valor Investe.
Quanto à manutenção dos juros altos, Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, tem a mesma opinião. Em entrevista ao portal da corretora, Kautz observa que, mesmo com as restrições severas vindas pelas altas nas taxas de juros, a inflação não tem retrocedido na velocidade que os bancos centrais acreditavam que aconteceria. Para ele, a demora na atuação das autoridades monetárias ocorreu porque muitos acreditavam que os preços vinham sendo pressionados devido à oferta reprimida ocorrida durante a pandemia com o fechamento das fábricas.
“Essa demora na ação indica que as taxas de juros deverão ficar elevadas por mais tempo, o que trará baixa atividade econômica global. Não é o caso do Brasil, que reagiu à inflação de forma ágil, subindo os juros desde março de 2021”, declarou ao portal EQI.
Para Rogério Xavier, gestor da SPX, o cenário para 2023 está mais desafiador do que nos últimos dois anos. Em reportagem ao Money Times, o gestor destaca questões na Europa e na China e dificuldade de calibrar o ajuste monetário promovido pelos EUA.
No entanto, na sua opinião, apesar disso e de uma situação fiscal mais delicada, o Brasil poderá se destacar em função de estar negociando a múltiplos atrativos. Além disso, os investidores estrangeiros têm uma visão mais construtiva em relação ao presidente eleito Lula.
Desaceleração econômica e recessão
Para Kautz, o cenário econômico global é o de recessão. No entanto, a boa notícia é que a inflação fique sob controle em 2023.
“Apesar da recessão ser uma notícia ruim, como lado positivo, ela é um indicativo de que a inflação pode desacelerar. Dessa forma, os bancos centrais poderão reduzir os juros, assim que for possível ver os efeitos dessas políticas monetárias mais apertadas”, disse o economista.
Já para o cenário interno, a expectativa não é de recessão, mas sim de desaceleração econômica. Segundo Kautz, um dos motivos para isso é que o Brasil não poderá contar tanto com as exportações, por causa da probabilidade de recessão no cenário global.
“Além disso, esperamos também queda no preço das commodities e taxas de juros elevadas ao redor do mundo, o que também contribuirá para uma atividade econômica mais fraca”, explica.
E o que fazer com os investimentos em 2023?
Como vimos, a expectativa é de que a taxa de juros no Brasil se mantenha elevada em 2023. Logo, até que se inicie o novo ciclo de baixa, a renda fixa continuará oferecendo retornos atrativos aos investidores.
Nesse sentido, Barcellos destaca os títulos públicos prefixados de curto prazo, com duração de dois anos. Atualmente, o Tesouro Prefixado com vencimento em 2025 está oferecendo rentabilidade de 11,77% ao ano. Por sua vez, a projeção da Selic para 2023 é de 11,25% ao ano, de acordo com o último Boletim Focus, do Banco Central.
Outras boas opções para quem tem um horizonte de longo prazo são os títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+. Em tempos de inflação alta, esses títulos ajudam a preservar o dinheiro da desvalorização da moeda.
Mas também há boas oportunidades para quem quer ficar na renda variável no ano que vem. Para Eduardo Mira, analista CNPI e colunista da Forbes, fatores como expectativa de queda da Selic e políticas de crédito, educacionais e de transferência de renda a serem implementadas pelo governo beneficiarão setores como varejo, construção civil e educação.
Para Mira, as bolsas norte-americana também deverão experimentar um movimento positivo em 2023. Isso porque a perspectiva de desaceleração da inflação nos Estados Unidos deverá por fim à alta dos juros a partir do final do segundo trimestre do próximo ano.
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