Quando o assunto é renda fixa, uma das dúvidas de quem está começando a investir é sobre qual o melhor título. Afinal, prefixado ou pós-fixado? Qual dos dois tipos escolher para a carteira?

Para tomar a melhor decisão, é preciso avaliar alguns fatores, e a gente já antecipa que a escolha adequada dependerá também do momento da economia. Quer saber mais a respeito? Então, continue a leitura a seguir e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!

Prefixado ou pós-fixado: afinal, como escolher?

Antes de falarmos especificamente sobre os dois tipos de títulos, é importante que você conheça o conceito de renda fixa.

Como o próprio nome diz, o que caracteriza esses títulos é o fato de já se poder conhecer ou estimar a sua rentabilidade desde o momento da aplicação. Ou seja, a renda fixa é o oposto da renda variável (como ações, ETFs, ou fundos imobiliários, por exemplo), pois nesses casos você não consegue prever os ganhos. Além disso, dependendo da volatilidade do mercado, pode-se perder dinheiro com a renda variável.

Por serem previsíveis, os títulos de renda fixa de liquidez diária (como Tesouro Selic e a maioria dos CDBs) são ideais para formar a reserva ou fundo de emergência.

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Outra característica da renda fixa é que a maioria dos títulos possui a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o que dá mais segurança ao investidor. Algumas exceções à cobertura do FGC são os CRIs, CRAs, debêntures e FIDCs. Porém, nesses casos, os títulos possuem um rating de crédito, para dar mais transparência ao risco envolvido nas operações.

Agora que já conhecemos o conceito de renda fixa, é hora de entendermos as diferenças entre os títulos prefixados e pós-fixados. Acompanhe:

Título de renda fixa prefixado

Esse tipo de renda fixa é o mais simples de entender. Quando você adquire um título prefixado (como um CDB ou Tesouro Prefixado, por exemplo), já sabe qual a taxa de juros que irá remunerar o investimento durante todo o período em que o dinheiro estiver aplicado.

Imagine que você tenha adquirido um Tesouro Prefixado que rende 13% ao ano. Durante todo o tempo que o seu dinheiro estiver investido, ele renderá os mesmos 13% ao ano, não importando se a Selic subiu ou desceu nesse intervalo de tempo.

Logo, podemos dizer que, para quem prioriza a previsibilidade nos investimentos, a renda fixa é a melhor alternativa, pois ela não se altera mesmo quando os juros sobem ou caem.

Título de renda fixa pós-fixado

Diferentemente da modalidade anterior, na renda fixa pós-fixada não sabemos antecipadamente quanto o título irá render durante o período contratado. Isso porque os rendimentos dessa modalidade estão atrelados a alguma taxa (Selic ou CDI) ou índice inflacionário (normalmente IPCA, o índice da inflação oficial do Brasil).

Se a renda fixa prefixada é mais previsível, a pós-fixada é considerada a modalidade mais conservadora e defensiva. Em outras palavras, se você investe no Tesouro Selic, por exemplo, terá a garantia de que o seu dinheiro acompanhará exatamente a variação da taxa básica de juros da economia brasileira.

O mesmo vale para um título do tesouro atrelado à inflação. Nesse caso, se você investe no Tesouro IPCA+, terá a garantia de que o seu dinheiro não perderá valor se a inflação subir, pois a aplicação será corrigida pelo índice oficial que mede a evolução dos preços no Brasil.

Mas afinal, o que é melhor? Título prefixado ou pós-fixado?

Como falamos no início, para escolher entre uma ou outra modalidade de renda fixa, precisamos avaliar alguns fatores e o momento da economia. Acompanhe:

Perfil de investidor

O perfil de investidor nada mais é do que a disposição para correr algum risco em troca de um potencial maior de rentabilidade. E isso também se aplica à renda fixa pois, diferentemente do que muitos pensam, nem todos os títulos dessa categoria são de baixo risco, pois alguns não são cobertos pelo FGC.

Ou seja, haverá sempre uma modalidade mais adequada para perfis mais conservadores, moderados ou agressivos. Por isso, é importante que você avalie o seu perfil de investidor, e faça uma revisão dele de tempos em tempos. Isso porque, assim como os seus objetivos financeiros, a sua disposição ao risco também muda durante a vida.

Tendência dos juros

Outro fator importante para escolher entre títulos prefixados e pós-fixados é avaliar o momento atual da economia.

Quando os preços estão em alta, a tendência é de que a Selic também suba, pois ela é um importante instrumento de política monetária para conter a inflação. Em outras palavras, quando os preços começam a subir acima do previsto, o governo sobe a taxa de juros para tentar conter o consumo. Com o dinheiro mais caro, a tendência é de que as pessoas gastem menos, o que leva os preços a retornarem aos patamares anteriores.

Quando isso ocorre, ou seja, quando a Selic está em alta, os títulos pós-fixados começam a ser mais atraentes para o investidor. Isso porque o rendimento da aplicação acompanha o movimento ascendente da taxa de juros.

Por outro lado, em momentos de Selic em baixa ou estabilizada depois de uma sequência de altas, o oposto é o mais adequado. Ou seja, esse é o momento de dar mais atenção aos títulos prefixados, justamente para garantir uma taxa mais alta para a aplicação em meio à queda dos indexadores, o que proporcionará uma remuneração melhor.

Diversificação do portfólio

Independentemente do momento da economia (se de alta ou de queda da Selic), é sempre importante pensar na diversificação da carteira. Logo, é preciso avaliar o quanto você já alocou em títulos prefixados e pós-fixados e analisar a tendência do mercado. Dependendo do caso, pode ser interessante distribuir os seus investimentos entre as duas modalidades de renda fixa, para potencializar os ganhos e tentar se resguardar de possíveis perdas.