Com a alta da inflação e da taxa de juros, as aplicações no Tesouro Direto voltaram a atrair a atenção dos investidores. Nesse sentido, o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Prefixado têm ganhado destaque pelas taxas atrativas nos últimos tempos.
Mas afinal, qual deles é a melhor opção? O que considerar antes de escolher o melhor título do Tesouro para a carteira? É justamente sobre isso que falaremos no conteúdo a seguir. Portanto, se você quer diversificar seus investimentos e está pensando em títulos públicos, continue a leitura e entenda como funciona cada um desses títulos, e em que momento um ou outro pode fazer mais sentido.
Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado
Para sabermos qual a melhor alternativa, precisamos entender como funciona cada um desses investimentos. Acompanhe!
Tesouro IPCA+
Entre os tipos de títulos públicos, o Tesouro IPCA+ é o mais indicado nos momentos em que se espera um aumento na inflação, ou mesmo a manutenção dos preços em patamares mais elevados. Isso porque parte de seus rendimentos são atrelados a uma taxa fixa, e a outra parte acompanha a evolução do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o principal índice de inflação do mercado brasileiro.
Pelo fato de ter como benchmark o IPCA, esse título protege o patrimônio da desvalorização causada pela alta generalizada dos preços. Em outras palavras, ao investir no Tesouro IPCA+ em tempos de inflação alta, podemos atenuar a perda do poder de compra do dinheiro.
Por exemplo, no dia 16 de setembro de 2022 (data desse conteúdo), o Tesouro IPCA+ 2026 está pagando IPCA + 5,77% ao ano. Isso significa que, se você adquiriu esse título em 16/09/2021, receberá por ele 5,77% ao ano mais a variação do IPCA durante o período da aplicação.
Tesouro Prefixado
Como o próprio nome diz, no Tesouro Prefixado você já sabe desde o início da aplicação qual será o rendimento bruto do título, antes da dedução do Imposto de Renda e da taxa de custódia da B3. Portanto, entre os títulos do Tesouro, esse é o que dá mais previsibilidade ao investidor em relação aos ganhos.
Na data deste conteúdo, o Tesouro Prefixado com vencimento em 2025 estava pagando ao investidor uma taxa fixa de 12,09% ao ano. Ou seja, descontado o IR e a taxa de custódia da bolsa, será esse o rendimento do título no seu vencimento.
Formas de remuneração
Tanto o Tesouro IPCA+ quanto o Tesouro Prefixado oferecem duas formas de remuneração. Nesse sentido, o investidor pode optar por receber juros semestrais ou resgatar todo o valor do título (principal + juros) somente no vencimento da aplicação.
Quando paga juros semestrais, o Tesouro IPCA+ também é chamado de NTN-B (Nota do Tesouro Nacional – série B). Já o Tesouro Prefixado com cupom semestral também é conhecido como NTN-F (Nota do Tesouro Nacional – série F).
Se o objetivo do investidor for obter renda passiva com investimentos, a opção pelo recebimento de juros semestrais faz sentido. Ou seja, a cada semestre, haverá juros da aplicação que entram na conta do detentor do título.
Porém, se o foco da estratégia de investimento for a formação de reservas para o longo prazo, seria melhor optar pelo Tesouro Prefixado. Isso porque o pagamento de juros semestrais faz o montante investido reduzir periodicamente. Dessa forma, com o Tesouro Prefixado, é possível aproveitar melhor o poder dos juros compostos sobre o investimento.
Custos para investir no Tesouro Direto
Além do Imposto de Renda, que segue a tabela regressiva para os títulos de renda fixa, quem investe no Tesouro Direto para uma taxa de custódia para a B3, que mantém a guarda desses títulos. Atualmente, essa taxa é de 0,17% ao ano (era 0,25% ao ano até o final de 2021), e ela incide sobre o montante total da aplicação. A sua cobrança ocorre em duas etapas, sempre nos meses de janeiro e julho.
Algumas instituições financeiras cobram a taxa de administração pelos investimentos no Tesouro Direto. No entanto, a maioria dos bancos e corretoras já aboliram essa prática. Por isso, é importante ter atenção às regras de sua instituição e negociar a isenção com o gerente, se for o caso, pois não há necessidade de ter esse custo adicional.
Mas afinal, Tesouro IPCA+ ou Tesouro Prefixado? Qual o melhor?
Agora que já conhecemos os dois títulos e entendemos quais as diferenças entre eles, já podemos saber em que situação cada um deles pode ser a melhor opção.
Como vimos, em momentos de inflação alta, o Tesouro IPCA+ é uma aplicação que ajuda a manter o poder de compra do dinheiro. Como ele é indexado ao IPCA, o seu rendimento reflete a movimentação desse índice, acompanhando a inflação.
Por outro lado, quando o mercado sinaliza com uma possível redução da taxa de juros, o Tesouro Prefixado passa a ser mais atrativo. Isso porque, ao adquirir esse título, o investidor garante uma remuneração teoricamente maior no presente. Logo, se nos próximos tempos as taxas recuarem, isso não causará impacto nos ganhos desse título. Por isso, para escolher entre Tesouro IPCA+ ou Tesouro Prefixado, o mais importante é acompanhar os movimentos da economia.
Outro ponto muito importante a considerar é que ambas as modalidades são próprias para o longo prazo. Portanto, antes de adquirir algum desses títulos, é preciso ter certeza de que você não precisará do dinheiro no curto prazo, e que ele não comprometerá a reserva de emergência.
Caso o investidor precise resgatar o Tesouro IPCA+ ou o Prefixado antes do tempo, precisará fazer isso no mercado secundário de renda fixa. Nesse caso, não há garantia de que consiga manter a remuneração que acordou no início da aplicação.
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