Em 2022, o Brasil passou a figurar novamente entre as 10 maiores economias do mundo. É o que mostra o ranking da agência de classificação de riscos Austin Rating, feito a partir de estimativas que o FMI fez para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
De acordo com o levantamento da agência, o PIB nominal do Brasil passou de 13° lugar da lista no 4° trimestre de 2021 para a 10° posição em março de 2022, quando alcançou US$ 1,83 trilhão. O salto colocou a economia brasileira à frente de países como Rússia (US$ 1,83 trilhão), Coreia do Sul (US$ 1,80 trilhão) e Austrália (US$ 1,75 trilhão).
Segundo o relatório, a melhora do PIB brasileiro foi puxada pelo setor de serviços. Isso fez com que a atividade econômica por aqui apresentasse crescimento de 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao último trimestre de 2021.
As 10 maiores economias do mundo
A seguir, confira o ranking da Austing Rating:
Posição | País | PIB nominal (US$ trilhões) |
1° | Estados Unidos | 25,35 |
2° | China | 19,91 |
3° | Japão | 4,91 |
4° | Alemanha | 4,26 |
5° | Índia | 3,53 |
6° | Reino Unido | 3,38 |
7° | França | 2,94 |
8° | Canadá | 2,22 |
9° | Itália | 2,06 |
10° | Brasil | 1,83 |
Ainda segundo dados da Austin, o PIB nominal das economias acima representa mais de dois terços do PIB mundial.
No Brasil, quem calcula o PIB é o Instituto Brasilleiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de comparar o desempenho econômico de diferentes países, o indicador também é utilizado para avaliar a performance de um mesmo país em um determinado período.
A seguir, entenda como calcular e qual a importância desse indicador.
O que é e como calcular o PIB?
O Produto Interno Bruto representa o somatório de tudo o que é produzido na economia de um país. Nesse sentido, o indicador não considera as matérias-primas intermediárias, mas somente os bens que chegam até o consumidor final.
Por exemplo, no caso do pão, é descontado do cálculo o trigo utilizado para fazer a farinha. Isso evita que haja contagem dobrada, o que causaria distorção no indicador.
É importante diferenciar o PIB do total de riqueza que um país possui. Isso significa que o indicador não é o estoque total de bens e serviços, mas sim o quanto desses itens foram produzidos em um determinado período.
Por isso, o cálculo do PIB é zerado todos os anos, quando se faz uma nova medição. Assim, se o país teve uma produção maior no ano comparada ao anterior, isso quer dizer que o PIB foi positivo no período.
Como é calculado o PIB
Para calcular o indicador, o IBGE utiliza tanto dados próprios quanto de fontes externas. Alguns deles são o Balanço de Pagamentos do Banco Central, a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e de Serviços (PAS), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre outros. Ao todo, entram no cálculo do PIB 12 indicadores voltados à produção.
O PIB pode ser calculado de duas formas, considerando a demanda ou a oferta dos bens e serviços aos consumidores.
Para calcular a demanda, são considerados itens como consumo das famílias no mercado interno, investimentos empresariais, gastos e investimentos do governo, e diferença entre as exportações e importações do período. Já no cálculo baseado na oferta, os as variáveis consideradas são a produção total dos setores de serviço, indústria e agronegócio.
Projeções para o PIB do Brasil
Segundo reportagem de 26 de julho do portal Exame, o FMI subiu a projeção para o PIB brasileiro de 0,8% para 1,7% em 2022. Para o FMI, a expansão da economia brasileira deve inclusive apoiar o PIB da América Latina.
No entanto, essa revisão para cima (a maior anunciada pelo organismo) não significa que estamos confortáveis por aqui em termos de retomada econômica. Isso porque, de acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO) publicado no dia 26 de julho, o Brasil crescerá menos do que o resto do mundo, incluindo os seus pares emergentes.
Para 2023, o FMI cortou novamente as suas projeções para o Brasil. Nesse sentido, o órgão estima que a economia brasileira cresça 1,1% e não mais 1,4% que havia projetado em abril. Novamente aqui, a redução das projeções foi mais amena do que as realizadas para outros países. Mesmo assim, depois de nossas eleições presidenciais, espera-se que a economia brasileira ainda cresça abaixo do PIB global e dos mercados emergentes, de acordo com o fundo.
Outros fatores macroeconômicos que mexem com o crescimento da economia
Além do PIB, existem outros fatores que impactam diretamente a economia de um país. Entre os principais, estão os seguintes:
Inflação
Além de reduzir o poder de compra da população, a inflação impacta diretamente a taxa de juros do país. Em determinados momentos, para conter a alta dos preços e evitar uma grande desvalorização da moeda, o governo sobe os juros.
Lembrando que uma inflação elevada causa prejuízos não só sobre o poder aquisitivo das pessoas. Nesse sentido, preços altos prejudicam também as empresas, que têm o seu custo de produção mais alto.
Taxa de juros
Como vimos, um dos instrumentos de controle da inflação que o governo possui é a taxa de juros. Para desacelerar o consumo e fazer os preços recuarem, a política monetária promove a alta dos juros. Por outro lado, em momentos de economia desaquecida, uma das formas de incentivar a atividade é tornando o dinheiro mais barato, ou seja, reduzindo os juros.
Nível de emprego
Outro fator importante para entender o momento econômico de um país é observar o seu nível de emprego. Se há uma taxa elevada de desemprego, isso se reflete na redução do consumo por parte das famílias. No curto prazo, isso desaquece a economia. Porém, se a atividade permanecer contraída, a tendência é aumentar a taxa de desemprego, o que pode retardar mais ainda a recuperação econômica.
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