Apesar da volatilidade das criptomoedas, esses ativos atraem cada vez mais investidores em todo o mundo. E, para quem deseja investir sem comprá-los diretamente, existem os fundos de criptomoedas, que também estão se popularizando no Brasil.

Mas será que vale a pena investir nesses fundos? Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura e confira o conteúdo a seguir!

Como funcionam os fundos de criptomoedas?

Esse investimento funciona da mesma forma que os demais fundos de investimentos disponíveis no mercado brasileiro. Ou seja, possuem uma gestão profissional, que seleciona e acompanha os ativos que compõem o patrimônio do fundo, e é comercializado por meio de cotas distribuídas entre os investidores.

Em 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) definiu as condições para que fundos regulados no Brasil pudessem investir em criptoativos. Confira a seguir os principais pontos dessa regulamentação.

Percentual de exposição

Os fundos de criptoativos para investidores de varejo devem ter 20% de exposição em criptomoedas e 80% em títulos de renda fixa. Já no caso de investidores qualificados (que possuem mais de R$ 1 milhão investidos) e profissionais (com mais de R$ 10 milhões), a exposição a criptoativos pode variar de 40% a 100%.

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Gestão do fundo

Os fundos de criptomoedas podem ter tanto gestão passiva quanto ativa. No primeiro caso, buscarão replicar determinado índice ou criptomoeda. Já no segundo, o objetivo do gestor é superar o benchmark do fundo.

Investimento indireto

A CVM também autoriza que as gestoras invistam indiretamente em criptoativos no exterior, em instituições regulamentadas. Conforme determina o normativo, isso pode ser feito pela aquisição de cotas de fundos e derivativos, desde que sejam regulamentados nos respectivos mercados.

Estrutura do fundo

Da mesma forma que os fundos tradicionais, os de criptomoedas precisam ter uma estrutura que contemple gestor, administrador, custodiante, auditor, e assim por diante. Além disso, também é necessária a assembleia geral de cotistas, para discutir sobre os ativos e obter informações periódicas sobre esses fundos.

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Custos

Nos fundos de criptomoedas, as taxas variam entre ,05% e 2% ao ano. Esses valores, pagos pelos cotistas, são utilizados para custear a gestão e a administração.

Além disso, pode ser que o fundo cobre também a taxa de performance. Essa cobrança é uma espécie de premio pago aos gestores que conseguem superar o benchmark do fundo.

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O que é melhor, investir em fundos de criptomoedas ou diretamente nesses ativos?

Para quem quer começar a investir em criptomoedas mas conhece pouco o universo cripto, investir em um fundo de criptoativos pode ser uma boa opção.

Como vimos, esses fundos funcionam da mesma forma que os tradicionais, com gestão profissional que seleciona e acompanha o desempenho dos ativos. Dessa forma, o investidor só precisa comprar as cotas desses fundos para começar a investir, sem precisar se preocupar com a escolha dos ativos. Isso dá mais segurança, ainda mais para quem ainda está conhecendo as criptomoedas.

Outro ponto a considerar é a exposição desses fundos aos criptoativos. Como vimos, há uma limitação de 20% no caso de investidores de varejo. Por um lado, isso reduz a volatilidade do investimento. Mas por outro, também pode limitar os ganhos, caso os criptoativos disparem, como muitas vezes acontece nesse mercado.

Além disso, os fundos acabam limitando também a quantidade de criptomoedas nas quais se pode investir. De acordo com o CoinMarketCap, até março de 2022, havia quase 19 mil criptoativos disponíveis no mercado.

É claro que, para investir nas altcoins, é preciso cautela e uma longa pesquisa para conhecer esses ativos.

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A liquidez é outro aspecto a ser avaliado para decidir entre fundos de criptomoedas e investimento direto. Isso porque, normalmente, leva algum tempo para que o investidor possa resgatar os recursos do fundo.

Por outro lado, no caso das criptomoedas, o resgate é mais rápido. Em algumas exchanges, o investidor chega a receber o dinheiro na conta em poucos minutos após o pedido de saque.

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Em relação à tributação, também há diferenças entre os fundos de criptomoedas e o investimento direto. Nos fundos, há uma alíquota fixa de 15% sobre os rendimentos. Já no investimento direto, se o investidor realiza uma venda com lucro inferior a R$ 35 mil no mês, ele fica isento do Imposto de Renda.

Quais são os fundos de criptomoedas que existem no Brasil?

De acordo com informações de março de 2022, atualmente há 21 fundos de criptoativos disponíveis no mercado brasileiro. Em 2021, o fundo que teve a melhor performance foi o BLP Digital 100 FIM IE, da BLP Asset. Voltado a investidores profissionais, esse fundo teve retorno de 160% em 12 meses.

O segundo melhor fundo de criptomoedas do ano passado foi o QR Blockchain Assets FIM IE, da QR Assets. Disponível apenas para investidores qualificados, o fundo teve rendimento acumulado de 130% em 2021.

O terceiro da lista é o Vitreo Criptomonedas FIC FIM IE, da gestora Vitreo. A valorização desse fundo no ano passado foi de 118%, e ele também é voltado somente a investidores qualificados.

(Fonte: InfoMoney)

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