Em 2021, o saldo líquido de captação de fundos de investimentos no Brasil foi de R$ 369 bilhões, o maior valor da série histórica. Nesse universo, o destaque ficou com os fundos de renda fixa, que registraram entrada líquida de R$ 215 bilhões no ano passado, ou seja, 60% da captação líquida do ano.
Os dados acima foram divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) no início de janeiro deste ano. E para 2022? Quais as perspectivas para os fundos de renda fixa? Continue a leitura e confira o que especialistas têm a dizer sobre o assunto.
Para começar, o que são fundos de renda fixa?
Os fundos de renda fixa são aqueles que alocam o seu patrimônio em ativos de renda fixa, ou seja, em títulos cuja remuneração já é conhecida no momento da aplicação.
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Basicamente, há duas modalidades de fundos de renda fixa: os fundos referenciados e os fundos de crédito.
Os fundos referenciados são aqueles que devem investir, no mínimo, 80% do patrimônio no Tesouro Direto ou em títulos considerados de baixo risco. Além disso, 95% dos títulos desses fundos devem acompanhar a variação do índice de referência. Ou seja, se o fundo tiver o CDI como referência, 95% dos títulos que o compõem devem seguir esse índice.
Já os fundos de crédito possuem mais risco e, por isso, oferecem ao investidor chances de maiores ganhos. Isso porque esses fundos admitem na sua composição títulos como debêntures, LCIs, LCAs, além dos que vimos acima.
Além de carregarem mais risco, os fundos de crédito possuem prazos de resgate mais longos. Por isso, não são indicados para a carteira de curto prazo.
É importante observar que em nenhuma das duas modalidades de fundos de renda fixa o gestor pode alocar o patrimônio em ativos de renda variável. Logo, estão excluídos dessa categoria títulos como ações ou vinculados a moedas estrangeiras, por exemplo.
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Vantagens e desvantagens dos fundos de renda fixa
Uma das vantagens que os fundos de renda fixa oferecem é a possiblidade de diversificação em vários ativos. Em um fundo de crédito privado, por exemplo, há empresas de diferentes setores, justamente para mitigar o risco do investimento.
Outra vantagem é a gestão profissional desse tipo de investimento. Para investidores menos experientes, ou que não têm tempo para avaliar as melhores oportunidades, adquirir cotas de um fundo é sempre uma boa alternativa.
Os fundos referenciados DI, por exemplo, são boas alternativas para a reserva de emergência, pois possuem alta liquidez. Além disso, o risco desses fundos é bastante baixo.
Por outro lado, o investidor deve ficar atento aos custos dos fundos de investimento. Dependendo do fundo, as taxas de administração podem ser muito altas, o que acaba não compensando a aplicação.
Em relação aos custos, outro ponto importante a observar é o come-cotas, que é a antecipação do Imposto de Renda desses fundos que ocorre duas vezes por ano. Essa antecipação da cobrança do imposto faz o fundo perder rentabilidade.
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Vale a pena investir em fundos de renda fixa em 2022?
Com a nova escalada dos juros, as aplicações de renda fixa voltaram aos holofotes dos investidores. Além disso, o risco fiscal e a volatilidade esperada por causa das eleições tornam ainda mais atrativos os papeis de menor risco.
Na última reunião do Copom de 2021, o Banco Central sinalizou com um novo aumento da Selic para fevereiro. Nesse sentido, a expectativa é de que ela atinja 10,75% ao ano já na primeira reunião de 2022.
É preciso cautela
Por todos esses motivos, a renda fixa deve sim continuar no radar do mercado durante todo o ano. No entanto, especialistas recomendam cautela, e muitos preferem apostar em títulos de prazos mais curtos.
Em entrevista concedida ao InfoMoney, Marília Fontes, sócia-fundadora da Nord Research, diz que a recomendação de prazos menores vale também para papeis prefixados e atrelados à inflação. Segundo ela, há boas opções também em crédito bancário e corporativo, em especial nos ativos com isenção de Imposto de Renda, como CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio), LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) e debêntures incentivadas.
A equipe do BTG Pactual também recomenda cautela ao investir em renda fixa, mesmo com as melhores perspectivas para a modalidade em 2022. Segundo a área de renda fixa do banco, no horizonte de até três anos, os títulos atrelados ao CDI são as melhores opções. Já de três a cinco anos, os indexados ao IPCA são os que proporcionam os melhores retornos.
Segundo o BTG, a combinação acima permite que o investidor aproveite a alta dos juros e, ao mesmo tempo, proteja o patrimônio da inflação.
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A renda fixa é importante para aproveitar oportunidades
Ronaldo Guimarães, sócio e diretor do Modalmais, falou ao portal IG sobre a importância de ter renda fixa com liquidez para aproveitar boas oportunidades em 2022.
“A bolsa brasileira irá gerar boas oportunidades em 2022. Por isso, por enquanto, recomendo ter um dinheiro aplicado com liquidez diária para comprar ações, quando for propício”, sugere Guimarães.
Se você está procurando por fundos de renda fixa ou outros tipos de fundos de investimento, confira também os links abaixo e saiba mais sobre essa aplicação!