2019 se iniciou há algumas semanas e muita gente ainda está voltando de férias e, talvez, tenha ficado um pouco por fora do noticiário e dos indicadores econômicos do Brasil neste momento. Assim, fica a pergunta: quais são as tendências de mercado domésticas e internacionais neste ano e onde investir em 2019?
Claro que a resposta dessa questão é extremamente subjetiva, uma vez que isso vai depender da tolerância a risco de cada investidor, assim como dos seus objetivos pessoais. Porém, o BTG Pactual digital participa do blog do Yubb hoje para explicar um pouco mais sobre o cenário atual do Brasil e como se posicionar neste momento.
De onde viemos em 2018
Em primeiro momento, é preciso entender o momento político e econômico atual. O Brasil está com sua taxa básica de juros, a SELIC, em 6,5% ao ano há bastante tempo – esse patamar é o menor da taxa em sua história.
A inflação, por sua vez, encerrou 2018 abaixo do centro da meta estipulada pelo governo e o Ibovespa marcou a terceira alta anual consecutiva. Em 2016, o principal índice de ações da bolsa brasileira se valorizou 25,86%, enquanto em 2017 a alta marcada foi de 38,94% e, em 2018, o desempenho positivo foi de 15,03%.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, por sua vez, deve registrar um avanço de 1,3% no ano que passou.
Resumindo, todos esses dados indicam que 2018 foi um ano com desempenho positivo no mercado de ações, recuperação econômica, baixa taxa de juros e inflação também sob controle.
No campo político, por sua vez, a atenção ficou com as eleições presidenciais. Após um pleito bastante turbulento e polêmico, o ex-congressista Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito em segundo turno com uma agenda considerada “pró-mercado”.
Cenário político e implicações econômicas
Entre os pontos econômicos defendidos pelo recém-eleito presidente Bolsonaro estão uma reforma da previdência e, também, um corte de gastos públicos por meio de ferramentas como a privatização de empresas estatais.
E é exatamente o sucesso ou insucesso dessa agenda que deve movimentar o mercado nos próximos meses. A edição mais recente do relatório Focus, produzido a partir de uma pesquisa com economistas e profissionais de mercado realizada pelo Banco Central, mostra uma expectativa de crescimento mais forte este ano, em 2,57% e inflação novamente abaixo do centro da meta de 4,5%.
Porém, esse movimento vai depender, no campo doméstico, do sucesso do novo governo em suas negociações com o legislativo. Operadores do mercado acreditam que, caso o Palácio do Planalto consiga, efetivamente, mostrar força para trazer as reformas na previdência e de privatizações, o Ibovespa teria espaço para ainda mais altas, enquanto a curva de juros seguiria fechando.
Contudo, caso o Congresso se mostre mais resistente a essas mudanças ou o executivo não priorize essa agenda, pode haver um recuo dos movimentos de alta no mercado de renda variável e uma abertura na curva de juros. A reação do mercado a uma eventual reforma na previdência e a uma agenda de privatizações, contudo, é totalmente incerta, uma vez que dependerá das condições do momento em questão.
Cenário internacional: desafios e mudanças
No campo internacional, o cenário também se mostra turbulento e incerto. A questão mais urgente no momento fica na Europa, com o processo de saída do Reino Unido do bloco da União Europeia, também conhecido como Brexit.
Após plebiscito realizado em 2016, os britânicos optaram por estreita maioria a sair do grupo de países, mas o processo vem se mostrando mais complicado do que o esperado e o mercado está atento em relação a seu desenrolar. A menos que aconteça alguma prorrogação de prazo, o Reino Unido tem até o dia 29 de março deste ano para sair da União Europeia e, até agora, nenhum plano foi aprovado pelo congresso local para dar andamento nesse processo.
Outro ponto que levanta questões no mercado fica com o processo de aumento das taxas de juros nos EUA, que já vem agitando tanto o Brasil quanto o resto do mundo há alguns anos. As dúvidas ficam se o Fed (Federal Reserve) adotará uma política mais hawkish, ou seja, mais dura e com altas de juros mais agressivas, ou mais dovish, ou seja, mais suave e com um processo mais gradual e mais lento.
Além disso, a guerra fiscal entre os EUA e a China também levanta pontos e pode, eventualmente, respingar no Brasil.
Com todo esse cenário, onde investir agora?
Como já falamos nesse texto, é difícil precisar exatamente qual o direcionamento do mercado e suas reações, mas parece consenso que o foco, pelo menos no início do ano, deve ficar nos desdobramentos do governo Bolsonaro e suas ações.
Com um cenário de crescimento no Brasil mais forte, retomada de otimismo e enxugamento dos problemas fiscais no governo, a tendência é de taxas de juros mais baixas e maiores valorizações na Bolsa.
No setor de renda variável, entre os destaques, tendem a surgir as companhias com maior exposição a recuperação da economia (varejo, construção civil e consumo) e também as companhias estatais devido aos casos de privatizações.
Já na renda fixa, os títulos pós-fixados tendem a ser os mais indicados caso aconteça alguma volatilidade e tenhamos alta nas taxas na curva futura de juros do país.
Assim, a aposta do mercado atualmente é que, mesmo com o forte desempenho do Ibovespa recentemente, renovando seguidamente máximas históricas, ainda há mais espaço para altas e os investidores ainda podem surfar nessa onda.
Para quem é mais conservador, o ideal é manter na renda fixa pós-fixada, seja em papéis privados, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), por exemplo, e que costumam acompanhar o CDI ou em títulos públicos, caso do Tesouro SELIC, papel do Tesouro Direto que acompanha a taxa Selic.
Essas perspectivas te ajudaram a decidir onde investir em 2019? Se tiver alguma dúvida, deixe um comentário!
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BTG Pactual Digital
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As opiniões expostas neste artigo são baseadas na visão do autor e não necessariamente refletem o entendimento do Yubb.