Se você pensa em investir nas empresas listadas na bolsa, conhecer os indicadores de ações é um dos primeiros passos para que você possa escolher os melhores títulos para a sua carteira.

Aqui no blog, já falamos algumas vezes sobre a importância da análise fundamentalista na avaliação das empresas. Como o próprio nome sugere, essa análise está ligada aos fundamentos das companhias, e considera fatores como evolução das vendas, resultado, endividamento, distribuição de lucros, entre outros.

A seguir, conheça sete dos mais importantes indicadores de ações utilizados pela análise fundamentalista!

1 – Preço sobre o Lucro (P/L)

O P/L é um dos indicadores mais populares entre os investidores em ações. Basicamente, ele demonstra a relação entre o preço atual da ação no mercado e o seu lucro nos últimos 12 meses.

Logo, a sua fórmula é a seguinte:

P/L = Preço atual da ação / Lucro por ação nos últimos 12 meses 

Esse indicador serve para mostrar ao investidor em quantos anos ele consegue recuperar o valor investido somente por meio do recebimento de lucros da empresa. Em tese, quanto mais alto for o P/L, mais o mercado estará disposto a pagar pelos lucros da empresa.

Porém, um P/L baixo nem sempre significa que a ação não seja uma boa opção. É possível que o indicador seja baixo porque a ação não atrai os investidores. Mas também pode ser que o mercado ainda não tenha descoberto o potencial da empresa.

2 – Preço sobre o Valor Patrimonial (P/VPA)

Já o P/VPA demonstra o quanto o mercado está disposto a pagar pelo patrimônio líquido da empresa. Dessa forma, ele estabelece a relação entre o preço do título e o valor patrimonial por ação.

A sua fórmula é a seguinte:

P/VPA = Preço atual da ação / Patrimônio líquido por ação nos últimos 12 meses 

Por sua vez, o VPA corresponde ao patrimônio líquido da empresa dividido pelo número de suas ações.

Normalmente, um P/VPA alto indica que as ações estão sendo negociadas acima do valor patrimonial. Isso pode significar que os investidores estão dispostos a pagar mais para participarem do PL da empresa. Ou pode ser também que a ação esteja supervalorizada ou que o PL seja baixo. Por outro lado, um P/VPA baixo indica que a ação está descontada, o que mostra falta de apetite do mercado pelo título.

3 – Enterprise Value (EV)

O EV, também conhecido como valor da firma, demonstra quanto seria necessário para adquirir a empresa, considerando todos os seus ativos e dívidas.

Quem compra uma empresa, passa a ser responsável também pelas suas obrigações financeiras. Por isso o EV leva em consideração tanto o ativo quanto o passivo das organizações.

A sua fórmula é a seguinte:

EV = valor de mercado + dívida – caixa

Por sua vez, obtemos o valor de mercado multiplicando o número de ações em circulação pelo preço de cada uma delas:

Valor de mercado: n° de ações em circulação x preço da ação.

Somente o valor de mercado da empresa não é o suficiente para sabermos se ela é cara ou barata. Por isso, o EV possibilita uma visão mais realista de quanto vale realmente a companhia.

4 – Dividend Yield

Quem deseja investir para ter renda passiva, presta sempre muita atenção no dividend yield (DY). Esse indicador demonstra o quanto a empresa paga de dividendos ao acionista, de forma proporcional ao número de ações que cada um deles possui.

A fórmula do dividend yield é a seguinte:

DY = dividendo por ação / preço da ação

A relação é simples de entender: quanto maior for o DY, maior será o pagamento de dividendos que a empresa fará.

No entanto, mesmo que você tenha uma estratégia de investir para receber dividendos, esse não deve ser o único objetivo da sua carteira. Receber dividendos é sempre muito gratificante, no entanto, um dos perigos é se deixar seduzir por altas distribuições de lucros e não avaliar corretamente a saúde financeira das empresas.

Algumas companhias podem utilizar os dividendos como um falso atrativo, no sentido de encobrirem dificuldades na captação de recursos. Em outras palavras, uma empresa que não consegue crédito pode acenar com gordos dividendos aos investidores. Por outro lado, empresas que não distribuem dividendos também podem ser boas opções de investimentos.

No artigo abaixo, entenda por que algumas empresas não distribuem dividendos.

5 – Dívida Líquida / Patrimônio Líquido

Esse indicador representa o total das dívidas da empresa em relação ao capital próprio, ou seja, aos recursos investidos pelos acionistas. Dessa forma, quanto menor o índice, menos a companhia estará endividada e mais saudável será a sua condição financeira.

Da mesma forma, um indicador mais elevado quer dizer que a empresa está alavancada. Dependendo do caso, isso pode representar riscos para o negócio e também para os seus investidores.

6 – Dívida Líquida / EBITDA

Esse é outro indicador de endividamento, no entanto, mostra a proporção entre a dívida e a geração de caixa operacional da empresa. Em outras palavras, ele evidencia quanto tempo a empresa levaria para pagar o total da sua dívida com a geração de caixa da própria operação.

Para saber mais sobre o EBITDA, veja o artigo abaixo.

7 – Preço / Capital de Giro

Como o próprio nome diz, esse indicador considera a relação entre o preço das ações no mercado e o montante de capital de giro que a empresa possui. Se a relação preço/capital de giro for menor do que 1, significa que o mercado está pagando pela ação menos do que a empresa tem em caixa.

Conclusão

Esses foram apenas alguns dos indicadores mais importantes utilizados na análise de ações. Já comentamos aqui no Yubb, mas não custa relembrar: na hora de analisar as empresas, é importante utilizar o máximo de indicadores possíveis. Isso evitará distorções em sua análise, e fará com que você consiga enxergar diversos aspectos da empresa, o que lhe dará mais segurança na hora de investir!