Nos últimos anos, as mulheres aumentaram a sua participação no mundo dos investimentos e, no Brasil, isso não foi diferente.
Segundo informações da bolsa de valores brasileira (B3), em 2020 as mulheres representaram 26% dos 3,2 milhões de pessoas físicas cadastradas na bolsa no decorrer do ano. Mas o que mais chamou a atenção foi a proporção do crescimento: 118% no comparativo ano a ano, enquanto entre o público masculino, esse aumento foi de 84%.
E o aumento da participação feminina no mercado financeiro não deve parar por aí. Segundo relatório do Boston Consulting Group, o volume total de dinheiro na mão das mulheres deve atingir US$ 93 trilhões em 2023, o que representa um crescimento recorde.
No entanto, apesar do crescimento nos últimos anos, a participação feminina na bolsa de valores e nos investimentos em geral ainda é bem inferior à masculina. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de as mulheres representarem 51% da população do país, elas respondem somente por 26% dos investimentos na bolsa e 32% no Tesouro Direto. Ou seja, ainda há muito espaço a ser conquistado pelas mulheres no mundo dos investimentos.
6 mulheres no mundo dos investimentos que você precisa conhecer
Para inspirar investidoras e empreendedoras, preparamos esse artigo com seis importantes personalidades femininas que influenciaram os negócios e os investimentos. Continue a leitura, e saiba quem são elas!
Muriel Siebert
Muriel Siebert é também conhecida como a primeira mulher de Wall Street. Isso porque ela foi a primeira mulher a se tornar membro da NYSE, a bolsa de valores de Nova York. e, também, a primeira a se tornar superintendente de bancos em Nova York.
Em 1969, a investidora fundou a corretora Muriel Siebert & Co, que atua no mercado até hoje. Não chegou a concluir os seus estudos em finanças pois, em função do câncer do pai, abandonou a Western Reserve University. Mesmo assim, foi a primeira mulher a se tornar superintendente de bancos em Nova York, e seu pioneirismo abriu caminho para outras mulheres no mercado financeiro.
Geraldine Weiss
Geraldine Weiss ficou conhecida mundialmente como a grande dama dos dividendos. Isso por causa dos seus trabalhos e estratégias com foco em investir em ações que pagam dividendos.
Para isso, Geraldine utilizava o dividend yield, um indicador que demonstra a capacidade da empresa de distribuir dividendos ao longo dos exercícios.
Neste artigo, saiba mais sobre como utilizar o dividend yield na análise de empresas.
O reconhecimento de Geraldine veio quando criou a Investment Quality Trends (IQT), uma newsletter de investimentos, na qual dava conselhos sobre investimentos com base na sua teoria de valuation baseada no dividend yield. Além da newsletter, ela também escreveu livros sobre investimentos e atuou como educadora em diversos workshops sobre o tema nos Estados Unidos. A IQT e a metodologia de análise de Geraldine foram os seus principais legados para o mundo dos investimentos.
Eufrásia Teixeira Leite
Eufrásia foi a primeira mulher a investir na bolsa de valores brasileira. Nascida em 1850 em Vassouras (Rio de Janeiro) , foi criada em uma sociedade masculina e extremamente conservadora.
Vinda de uma família rica (era neta do barão de Itambé e do barão de Campo Belo), recebeu educação qualificada e, desde cedo, mostrou aptidão para números. Com a morte precoce de seus pais, conquistou a autonomia financeira ao receber a sua herança aos 22 anos. A partir daí, desafiou os padrões conservadores da época e começou a investir na bolsa de valores.
Quando Eufrásia morreu, deixou uma grande fortuna, multiplicada pelos investimentos que fez durante a vida. Entre imóveis e diversos investimentos, o patrimônio deixado por ela continha ações de quase 300 empresas de dez países diferentes. Como não tinha herdeiros diretos, a maior parte de seus bens foram doados para a filantropia, e muitos dos seus terrenos foram utilizados para construir instituições de assistência, como casas de abrigo, escolas e hospitais públicos.
Sallie Krawcheck
Sallie foi CEO da Stanford C. Bernstein, Diretora Financeira do Citigroup e, em 2016, fundou a Ellevest, uma plataforma de investimentos e gerenciamento de recursos exclusivamente para mulheres.
Segundo Sallie, o objetivo da Ellevest não é só auxiliar as mulheres a lidarem com o próprio dinheiro. Além disso, a plataforma busca ajudá-las a enfrentar situações peculiares ao universo feminino, como diferenças salariais e de normas de aposentadorias e licenças que existem entre os sexos, por exemplo.
O seu sucesso como executiva em Wall Street e a ideia pioneira da Ellevest colocam Sallie Krawcheck entre as mulheres mais importantes no mundo dos investimentos.
Abigail Johnson
Abigail Johnson preside uma das principais empresas de investimentos do mundo, a Fidelity Investments. Essa empresa foi criada em 1945 pelo seu avô e, atualmente, administra mais de US$ 2 trilhões em ativos.
A investidora detém participação de 24,5% no capital da Fidelity Investments. Segundo a Forbes, o patrimônio de Abigail é estimado em US$ 15 bilhões, o que a coloca entre as pessoas mais ricas do mundo.
Camila Farani
Camila é conhecida por participar como jurada no programa Shark Tank Brasil, e é sócia-fundadora da G2 Capital, uma empresa que investe em startups.
A empresária é uma investidora-anjo, que apoia startups, tendo inclusive ganhado prêmios como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards em 2016.
O investidor-anjo apoia startups no início de suas atividades, e isso pode ser uma boa alternativa para quem procura diversificação do portfólio. Clique aqui e saiba mais sobre o assunto.
Atualmente, Camila investe em mais de 30 startups. entre outros empreendimentos, estão o Grupo Boxx, de fast-food saudável e coffee shops, além de uma marca própria de café em grão, o Farani Caffè.