Uma das formas de obter renda passiva com investimentos é adquirir ações de setores que pagam bons dividendos.
Teoricamente, todas as empresas podem distribuir lucros, independentemente do segmento no qual atuam. No entanto, essa distribuição ocorre com mais frequência entre companhias que atuam em setores mais consolidados da economia.
Pelo fato desses setores já serem maduros, as suas empresas não têm a mesma necessidade de aportar recursos na operação, como ocorre com segmentos da nova economia. Dessa forma, sobra mais capital para ser distribuído entre os acionistas.
5 setores que pagam bons dividendos
Recentemente, Louise Barsi, filha do investidor Luiz Barsi, participou do evento “Meu Primeiro Dividendo” promovido pela EQI Investimentos. Louise, que segue à risca os ensinamentos do pai, deu dicas muito importantes sobre como selecionar boas ações para a carteira. A seguir, confira algumas delas.
O que é preciso para montar uma carteira de ações que pagam dividendos?
Para Louise, para selecionar os melhores títulos para a carteira, não basta o investidor considerar somente o dividend yield (DY) das ações. O DY é o principal indicador de dividendos que se utiliza na análise fundamentalista. Clique abaixo e saiba mais a respeito.
Em vez de olhar somente o DY dos títulos, Louise aconselha procurar ações boas pagadoras de dividendos que estejam com bons preços.
Além disso, é importante também reinvestir esses dividendos, pois, com o tempo, o valor reinvestido ajudará a valorizar o patrimônio. Sobre esse ponto, Louise deu o exemplo da Itaúsa nos últimos 10 anos. O investidor que reinvestiu os dividendos da holding financeira teve uma valorização média anual de 13%. No caso de quem resgatou os dividendos, a valorização média anual ficou em 7%.
Como escolher as ações que pagam dividendos?
Louise aponta quatro fatores importantes a serem observados pelo investidor: a solidez dos resultados das empresas, a perenidade da atividade, a sua consolidação de mercado e, por fim, a política de dividendos da companhia.
Sobre os segmentos, a investidora é taxativa em relação aos que não que não podem faltar em uma carteira de ações, e utiliza a sigla BEST para se referir a eles:
B: bancos
E: energia
S: saneamento e seguros
T: telecomunicações
E quais as razões da escolha desses setores?
Louise afirma que a principal razão para escolher esses setores é a sua essencialidade. Nas suas palavras: “há quem diga que considera a Netflix essencial. Porém, o fato de ficar sem o serviço de streaming não causará o mesmo impacto do que não ter energia ou não contar com serviços financeiros, por exemplo.”
Outro fator importante diz respeito à situação financeira da empresa. Isso porque não basta que ela gere resultados, pois é preciso também ter uma boa situação de caixa, para que possa garantir o pagamento de dividendos aos acionistas.
Dividendos são bons para formar uma reserva para o futuro
Quando comparamos a um plano de previdência privada, investir em ações dá muito mais autonomia ao investidor para decidir sobre a administração dos seus recursos.
Nesse sentido, Louise deu o exemplo sobre como funcionam os planos de previdência. Segundo ela, “ao investir em previdência privada, você precisa optar por receber o patrimônio um uma renda mensal. Com ações, você pode ter as duas coisas. Então, por que escolher?”
Por fim, Louise alerta para que o investidor tenha cuidado com a pulverização da carteira. Nesse sentido, ela aconselha que se tenha três ações por ano investido. Por exemplo, para quem já investe há 5 anos, o ideal seria um número em torno de 15 ações no portfólio.
E vale a pena investir em empresas que não pagam dividendos?
Quando uma empresa não distribui dividendos, isso ocorre basicamente por dois motivos: ou porque ela não teve lucro no exercício, ou porque ela reinvestiu o resultado gerado na própria atividade.
Na primeira situação, é importante entender o que gerou o prejuízo antes de definir se vale a pena ou não investir em suas ações. Pode ser que a companhia tenha tido algum problema pontual, como um sinistro ou algum outro evento que a descapitalizou, por exemplo. Se foi esse o caso, e se a performance operacional e as perspectivas de mercado continuam boas, não há motivos para que essa empresa não seja uma boa opção de investimentos. O problema é quando os resultados negativos são recorrentes, isso sim pode caracterizar uma deterioração nos fundamentos da companhia.
No caso de empresas que reinvestem o lucro na própria atividade, como vimos no início, isso é muito comum em setores pertencentes à nova economia. Nesse grupo, estão as fintechs, as empresas de TI, as de e-commerce, e várias outras que demandam altos aportes financeiros, principalmente no início de suas atividades.
Pode até ser que essas empresas distribuam dividendos, porém isso não é uma tradição entre esses segmentos. No entanto, é muito comum encontrarmos ações desses setores com potencial de valorização bem maior do que as de empresas de setores da economia tradicional. Logicamente, não há garantias de que essa valorização acontecerá, pois há fatores de mercado e da própria empresa que influenciarão para o seu desempenho. Porém, considerando um mercado favorável, as perspectivas de crescimento dessas companhias são maiores do que a das blue chips.
Por fim, além de todos os fatores vistos anteriormente, é fundamental também realizar uma boa análise financeira da companhia para decidir se as suas ações são ou não um bom investimento.
Mesmo que você não tenha formação na área, ou muita familiaridade com Contabilidade e Economia, existem conceitos e indicadores financeiros básicos que você precisa conhecer para investir em ações. Com um pouco de tempo e dedicação, é possível compreendê-los e utilizá-los nas suas decisões de investimentos.
Clique nos links abaixo, e conheça alguns desses conceitos!